Maeve
O quarto de hotel era grande demais, vazio demais. As luzes estavam fracas, e o silêncio parecia preencher todos os cantos. Eu estava sentada na cama, com o olhar perdido na janela, que oferecia uma vista para a cidade abaixo, mas nada disso importava.
A saudade da minha avó apertava como uma faca. Era uma dor constante, que ia e voltava, tornando difícil respirar, difícil pensar. Eu havia perdido a única pessoa que realmente se importava comigo, a única pessoa que me fez sentir amada. E agora, restava o vazio.
Ricardo entrou no quarto em silêncio, como se soubesse que eu precisava de espaço. Senti sua presença antes mesmo de vê-lo, mas permaneci olhando pela janela, incapaz de formar qualquer palavra.
— Maeve... — Ele chamou meu nome com uma voz suave, cheia de cuidado. — Como você está?
Era uma pergunta simples, mas tão carregada de intenções. Ele sabia como eu estava, sabia o que eu estava sentindo. E, no entanto, ele queria que eu dissesse em voz alta.
— Eu... — Minha voz fa