Continua Capítulo Três

Parte 2...

Aí não deu para segurar o riso e soltei uma gargalhada alta bem na cara dela que fez até um bico de raiva. Me fuzilou com o olhar. Mas foi bem engraçado, com certeza.

— Fala sério, mamãe - mexi a cabeça rindo — Nos dias atuais é quase um milagre encontrar uma garota que seja virgem. A não ser que ela viva em um convento de freiras reclusas ou ainda seja muito pequena para ter relações sexuais - ri alto de novo — Seguro que sua garota virgem deu para o primeiro cara que piscou o olho para ela, atrás do muro da igreja onde foi rezar por santidade. Ai... Engraçado...

— Ah, mas você é muito abusado mesmo - veio em minha direção — Você tem que se casar, Norton. Está perdido no mundo, sem sentido de vida. Não faz mais nada a não ser cuidar de seus negócios e se pegar com essas...

Continuei a rir e sai da sala. Minha secretária que já sabia bem o que tinha acontecido, apontou para a sala de reuniões. Entrei e as duas garotas estavam lá, se arrumando para irem embora.

— O que estão fazendo? - segurei a saia de uma.

— Vamos embora, o que acha? - Simone disse.

Eu ri e neguei com a cabeça. Andei até a porta e dessa vez, lembrei de passar a chave para não ser interrompido. As duas começaram a rir e perguntaram de minha mãe.

— Não se preocupem com ela - abanei a mão — Daqui a pouco ela vai embora - puxei a negra linda e alisei sua cintura.

— Vamos continuar, gracinha.

— Simone - ela respondeu sorrindo.

— Pois então, Simone... Onde a gente parou mesmo?

A loira começou a tirar a roupa novamente.

— Aquilo foi só um pequeno inconveniente, mas não liguem para isso. Eu ainda estou quente, meninas. Vocês ainda não terminaram de brincar comigo - fiz uma cara safada.

Rindo as duas me abraçaram e começaram a puxar minha camisa por meus ombros. Eu sei que minha mãe iria me encher depois, mas não iria perder essas duas gatas prontas para me dar prazer só por causa disso. Depois eu me resolvo com ela direito. Já sei como vai ser a conversa.

Beijei a Simone com vontade, descendo a mão por sua barriga, enquanto a loira voltava a se abaixar ao meu lado para outro tipo de beijo.

Olhei para ela sorrindo e abri o zíper. Ela puxou minha calça para baixo outra vez, parando de onde tinha sido interrompida. E eu também continuei com minhas carícias em Simone, que parecia mais ousada.

Agora teria que ter mais tempo para aproveitar, depois do corte brusco. Eu nunca deixo nada pela metade. Ainda mais nesse caso.

**********   **********

Quando cheguei em casa de novo, mais à noite, minha mãe não falou comigo. Eu também não puxei assunto. Fui para meu quarto, tomei um banho demorado e depois desci para jantar. Ia começar a chatice. Já conheço bem minha coroa e sei que quando começa é difícil parar.

Ela sentou de frente para mim, sempre de cara fechada. Já sei quando ela está aborrecida de fato ou quando é charminho. Dessa vez estava mesmo aborrecida. Acho que foi o susto na minha sala. Talvez dessa vez tenha sido muito para ela. Mas para minha defesa, eu não esperava encontrar com ela de novo hoje à tarde.

Fazia as coisas com força e agitada, quase de modo rude. Bateu a porta da geladeira, derrubou a tampa da chaleira. Quando sentou puxou a cadeira fazendo barulho, arrastando no chão. Fazia as coisas demonstrando que estava mesmo com raiva.

Eu queria rir, mas fiquei na minha. Eu até gosto quando ela discute comigo, porque gosto de encher o saco dela, mas quando fica mesmo com raiva por algo tão natural, me aborrece também. Apesar de ser minha mãe, eu não preciso que fique me dando bronca.

Eu não tenho mais cinco anos de idade. Sou um adulto de trinta e três anos e consciente do que faço.

Quando ela bufou de novo fazendo um bico, decidi falar, mesmo que me arrependesse depois. O que era bem fácil de acontecer.

— Mãe? Está com raiva? - meio óbvio.

Quando ela levantou a cabeça, eu já me arrependi de ter falado. Era melhor ter deixado quieto até passar a raiva. Falei fora de hora.

— O que você acha, Norton? - bateu na mesa — Descobri que meu filho é um pervertido. É pouco isso para você?

Eu quase cospi meu suco, mas segurei.

— E eu sou pervertido, porquê?

— Duas mulheres - levantou os dedos mostrando — Duas, ao mesmo tempo - falou alto — Isso é coisa que se faça? E no local de trabalho.

— E porque não? Eu estava dentro de minha sala, um local privado - dei de ombros e voltei a comer.

— Meu filho, isso não se faz - ela continuou — Você está perdido, sem sentido na vida. Só vive por aí...

— Mamãe... - suspirei — Minha vida está muito bem, obrigado.

— Não está, não - balançou o dedo agitada — Isso não se faz. Você está se descuidando da vida. Está banalizando suas relações.

Virei os olhos. Nem posso reclamar. Minha mãe tem o sangue italiano correndo em suas veias, assim como eu. E é uma característica das mães italianas, serem exageradas.

Dio mio... Mãe, é sexo, nada demais.

— Sexo é uma coisa muito importante. Estou decepcionada com você - balançou a cabeça e olhou para o prato, mexendo o garfo na comida, mas claramente sem interesse.

— A senhora é antiga - dei uma risadinha — Faz tempo que sexo é algo tão normal e comum, que todo mundo faz o que quer.

— Você não é todo mundo,Norton - fez um bico.

— O mundo é assim hoje em dia - tentei de novo.

— Não me interessa o mundo - elevou a voz — Meus filhos me interessam. Você estava em um local de trabalho. Isso é um absurdo. Uma falta de respeito com seus funcionários, até. E quando eu saí de lá, vi as caras dos funcionários me olhando esquisito.

Puxei o ar fundo e soltei devagar. Torci a boca chateado com mais esse sermão. Eu sei que ela até tem razão sobre o local, mas quando o tesão b**e, não tem isso de lugar ideal.

Eu sabia pela cara dela, no que estava pensando.

— Está pensando no pai, não é?

Ela assentiu com a cabeça e soltou o ar devagar.

— Se Valteri estivesse aqui...

— Ele não está, mamãe... Infelizmente - fiz um bico — Eu gostaria muito que estivesse.

— Eu sei bem disso - seus olhos ficam marejados — Qual foi sua última namorada séria? Se é que já teve alguma.

— Hum... - fiz um bico torcendo a boca — Deixe-me ver... - brinquei com ela — Eu acho que foi a... Não, essa não. Talvez a... Não...

— Norton! - ela falou meu nome como um aviso.

— Nenhuma, mãe - comecei a rir — Eu nunca namorei sério. Por que vou perder tempo com uma única mulher? Sabe quantas mulheres lindas e divertidas têm por aí? Me prender a uma só é até burrice.

— Não é possível, filho - ela largou o garfo — Você nunca teve uma namorada? Alguma garota que quisesse se comprometer?

— E porque motivo eu iria querer me prender a alguém? - ri como se fosse o dono da verdade — Compromissos são chatos, causam tédio e depois acaba o tal amor que dizem por aí - dei de ombros — A maior parte dos casamentos acabam após dois anos.

Autora Ninha Cardoso

* Deixe seu comentário, isso me ajuda a saber o que você gosta no livro e também a criar novos enredos com temas diferentes. Obrigada por ler comigo.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo