Cristina tinha suas convicções e vontade de seguir sua vida da forma como tinha sido criada. Acreditava no amor e na verdade das pessoas. Vivia bem, dentro do que podia fazer e não reclamava da vida, mesmo sendo dura. Apenas seguia seu rumo e mantinha seu coração puro. /Ela não sabia que iria chamar atenção de Norton. Um homem que só queria aproveitar a vida dentro de seus valores e de modo egoísta, fazendo tudo o que queria sem se importar com nada ou ninguém. /Ele decide provar que Cristina é igual a tantas outras que já passaram em sua cama e decide seduzi-la. De modo até cruel, ele se envolve com ela, mudando o rumo de sua vida. /Mas ele também tem uma surpresa e aprende que temos que assumir nossos erros, mesmo que sejam muito pesados de carregar.
Ler maisParte 1...
Norton
Acho que ser solteiro é uma das melhores coisas de ser rico, bem sucedido e jovem.
Não ter obrigação de cuidar de ninguém, além de mim, é ótimo. Zero de horário para chegar em casa, não me preocupar com as emoções de ninguém, fazer o que eu quero, quando e como eu quero.
Isso é ótimo!
Eu tenho meu tempo todo para mim e para meus negócios e prazeres. E por falar em prazeres, isso é algo que está no topo de minha lista. Busco sempre as coisas que me dão prazer para preencher os meus dias.
Depois que meu pai faleceu, meus irmãos e eu ficamos cuidando dos negócios da família, além dos nossos próprios.
Eu gosto do status que tenho, das vantagens e facilidades que minha vida de rico me propicia. Quando quero algo é só mencionar e tudo se arruma para caber no meu desejo.
Minha mãe às vezes gosta de reclamar que nós não temos mais idade e nem tempo para ficar perdendo com tolices, como ela diz, mas para mim não são tolices.
Apesar de meu pai ter começado o negócio da família, eu também ralei muito e passei horas organizando pontos e detalhes, mudando algumas coisas e fazendo novas estratégias para que só aumentasse.
Sim, eu sei que sou arrogante na opinião de muita gente, mas eu não tenho que agradar a ninguém, apenas a mim mesmo. Sou verdadeiro com o que quero. E minha arrogância vem de minha confiança.
Eu troco de mulher quando me dá vontade. Não tenho intenção nenhuma em ficar em um relacionamento sério, como a maioria das pessoas fazem. Eu não acredito nisso de amor para sempre, de ser fiel, de nunca fazer nada sem antes pensar em sua parceira.
E porque eu seria assim?
Meus amigos depois que começam um relacionamento sério acabam se afastando porque suas parceiras não querem que eles fiquem andando com homens solteiros.
Em particular comigo.
Eu tenho meu próprio apartamento, mas fico muito tempo na casa de meus pais, para ficar de olho em minha mãe. Ela é um pouco carente de atenção, então eu fico por lá e quando estão na cidade, meus irmãos fazem isso.
Quando estou em meu apartamento de cobertura eu gosto de dar festas. Regadas a muita bebida, comida e claro, mulheres.
Lindas e doidas para agradar. E algumas delas nem são solteiras, mas eu não tenho preconceito. Só não quero nenhum namorado ou marido me enchendo o saco por causa disso.
Nenhuma delas é menor de idade, assim não tem perigo de algum pai aparecer para querer me processar por ter sua filha em uma de minhas festas, rolando de tudo.
Meu status de solteiro cobiçado me cai muito bem e eu gosto. Pretendo me manter assim sem pressa de mudar isso.
Já aviso logo para as que pensam que podem ter uma chance a mais comigo, para que não percam seu tempo, eu não vou mudar.
Algumas aceitam e se divertem ao meu lado. Outras ficam com raiva, brigam e caem fora. Melhor assim.
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Cristina
Eu estava separando os comprimidos dos quartos J2 e J3 quando Patrícia se aproximou de mim. Trazia com ela uma bandeja com copinhos vazios de medicamentos e fichas.
— Tina, você já passou no quarto D3?
— Ainda não - peguei o copinho — Depois desses dois aqui eu sigo para lá. Alguma restrição para o paciente?
— Não, nada de novo - riscou a folha — Só estou checando. Dei uma passada na ala para recolher o material usado.
— Eu vou daqui a pouco - olhei meu relógio — Ainda faltam quinze minutos para o horário do medicamento dele.
Ela sorri e b**e de leve em minha mão, continuando seu caminho pelo corredor, indo falar com outra enfermeira.
Eu gosto muito de trabalhar aqui na casa de repouso. Sempre gostei de ter a companhia de pessoas mais velhas e quando consegui essa vaga foi muito bom para mim.
Uniu duas coisas que eu queria.
Primeiro um emprego bom que me pagasse bem. Segundo um local calmo onde eu pudesse trabalhar. Aqui está ótimo.
Claro que eu tenho intenção de me formar e depois não terei tempo de trabalhar na casa de repouso, mas vou continuar a lidar com pessoas mais velhas.
Gosto e respeito pessoas que já viveram muito e que têm muita história de vida para contar. Muitos deles servem de exemplo para pessoas mais jovens, embora a maioria não pare para ouvir o que dizem.
Como eu sou uma pessoa mais calma, prefiro prestar atenção a eles, porque isso me ajuda bastante. Mesmo se não for um assunto que eu saiba bem, gosto de ouvir o que podem ensinar.
Minha mãe também está em uma idade que precisa de descanso e estou pensando em conseguir uma vaga aqui para ela. Tem outros funcionários que deixam seus parentes aqui e conseguem um desconto no valor. Talvez eu consiga também.
No útimo ano a saúde de minha mãe ficou um pouco debilitada, mais do que o normal com a vida difícil que ela teve.
Eu espero conseguir me formar e cuidar bem dela. Eu já trabalho aqui há três anos e vejo como o local é organizado e como os funcionários são bons com os que passam por aqui e com os internos permanentes.
Se conseguir uma vaga para minha mãe aqui na casa, vai ser mais fácil para mim, me concentrar nos estudos e me formar. Depois eu posso tentar um estágio aqui.
Não dá pra saber ao certo, mas eu posso tentar.
Com a mente mais focada e o coração aliviado, eu posso me formar em menos tempo porque fico direcionada para o curso.
Quero ser médica. Ainda não sei a àrea, mas com certeza quero trabalhar com pessoas mais velhas.
Patrícia é a enfermeira chefe desse plantão. Eu gosto dela, sei que está fazendo seu trabalho, mas ela sempre fica no pé das enfermeiras e ajudantes, como se a gente não soubesse o que está fazendo.
Eu sou bem atenta aos meus pacientes. Converso com eles, com a família. Questiono os médicos sobre a doença. Eu gosto de entender um pouco do que acontece com a pessoa que está internada.
Ficar em um hospital é muito difícil, especialmente quando são pacientes muito jovens com problemas de saúde grave ou idosos.
Enchi o copinho para a paciente do J2 e bati na porta de leve. A senhora de cabelos grisalhos virou o rosto para mim e sorriu. Devolvi o sorriso com um boa noite animado.
— Boa noite, senhora Cruz, como passou essa tarde? - coloco a bandeja em cima da mesinha ao lado da cama — Seu filho veio vê-la hoje? - sorrio enquanto encho um copo com água.
— Veio sim, mas foi tão rápido - ela puxou o lençol.
Parte 3...Era como se eu estivesse sedento. Por ela apenas. Me agarrei ao seu corpo e estoquei entre suas pernas sem parar, querendo tomar de volta tudo o que senti na nossa primeira vez. Foi tão forte que até eu me assustei com isso.Comecei a gemer enquanto possuía seu corpo, querendo chegar até seu coração novamente. Queria que ela sentisse que me pertence. Eu posso ser egoísta, mas é assim que eu a quero. Por completo.Ela elevava o quadril e seguia meus movimentos, me fazendo ir fundo, em uma dança erótica só nossa. Só com ela eu me encaixava desse modo. Nossos corpos grudados pelo suor.Desci a mão e toquei seu clitóris, girando os dedos em cima e fui recompensado com seu gemido alto e o tremor de seu corpo. Não houve demora dessa vez. Ambos queríamos o mesmo. Era isso que eu queria, mas não sabia. A mulher certa para mim.Chegamos juntos ao orgasmo e nos olhamos enquanto ele estourava em nossos corpos. Foi uma união que eu nunca tive antes.********** **********CristinaÉ
Parte 2...— Eu quero falar com você e não é para seduzir ou me desculpar por meus erros. Só quero falar.Ela me olhou torcendo a boca de um lado para outro, desconfiada. Depois puxou a mão.— Está bem, vamos - saiu andando na frente — Mas não pense em fechar a porta - apontou o dedo para mim.Eu sorri sem que ela visse. Pelo menos isso. Entramos em meu quarto e eu não fechei a porta, mas deixei um pouco recostada, para o caso de alguém passar lá fora no corredor.— Fale - cruzou os braços.Eu ergui a sobrancelha. Sentei na cama e ela ficou em pé, de frente para mim, esperando.— Você rogou alguma praga para mim? - ela franziu a testa sem entender. Dei uma risadinha — É que eu tento, mas não consigo mais pensar em outra coisa, que não seja ficar com a Lúcia - abriu mais os olhos — E com você... Juntas, na minha vida. De verdade - ergui as mãos.Ela puxou o ar e inclinou a cabeça para trás, rodando os olhos.— Eu sei, eu sei... - puxei sua mão — Cometi um grande erro ao seduzir você...
Parte 1...Cristina e NortonNo dia da festa... CristinaTem tanta coisa para fazer hoje, mas eu prometi que iria até a casa de Pauline para ajudar com a organização da festinha que ela queria dar para Lúcia, embora eu tivesse reclamado um pouco que estava demais.Ela chamou alguns conhecidos e eu aproveitei e também convidei alguns amigos do trabalho. Amanhã à tarde, após as três horas, estava tudo marcado. Hoje eu só vim para ajudar com a decoração.Vai ser na casa da piscina, perto do gramado, onde os irmãos dele estão armando alguns brinquedos para as crianças que vão vir, filhos dos convidados. Na verdade não vai passar de cinquenta pessoas, mas Pauline quer tudo organizado, por isso concordei.A útima vez em que estive aqui não foi muito bom para mim e prefiro não me lembrar disso para não estragar meu ânimo. Minha mãe e Pauline estão com a Lúcia no quartinho montado para ela e estou ajudando Normando a prender as pequenas flores de papel que vão ficar descendo pela parede atr
Norton Não é fácil ser pai e não ter a cria por perto. Tive que aprender isso na prática e não posso mudar, pelo menos não agora.Tentei algumas vezes me chegar para Cristina, mas ela sempre me dava um gelo e me cortava. Demorou até que começasse a conversar comigo mais solta, mas ainda assim, nem perto do que ela foi comigo quando ficamos juntos.E como eu penso nesse fim de semana e em tudo que vivi com ela. E também em como sou idiota. Nunca imaginei que uma ideia tonta tivesse uma consequência dessa.Depois de ficar com várias mulheres e a cada nova tentativa eu ir perdendo o interesse, decidi procurar ajuda de um terapeuta para entender meus sentimentos. E também porque foi algo que minha família me indicou, após verem que eu não estava mais como antes.Coloquei tudo para fora e fui percebendo que eu sempre fui um covarde. Nunca quis me envolver de verdade com uma mulher porque eu tinha medo de perdê-la. Eu tinha uma ideia de que seria muito melhor nunca me envolver emocionalmen
Parte 2...Faço pequenas coisas por ele, porém é muito mais por minha filha. Não vou deixar que algo que me machucou no passado, fique em cima dela, trazendo algum problema futuro.Nossas conversas são apenas sobre ela. Eu não falo nada sobre minha vida particular, embora eu tenha a desconfiança de que Pauline o informa de algo vez ou outra.Já eu não pergunto nada sobre ele. Tenho plena certeza de que ainda deve ter suas muitas amantes e ele é livre para fazer isso. Não existe um compromisso entre nós. O que nos liga é nossa filha.Em poucos meses Lúcia irá completar dois anos de idade e Pauline desde já, está preparando uma comemoração.Eu não queria, mas ela está tão animada que não quis cortar sua felicidade. Os dois outros filhos dela são apaixonados pela sobrinha, foi o que eu soube. Mamãe esteve na casa um dia para buscar a neta e disse que os dois estavam praticamente babando em cima dela.Gostei de saber disso. Quanto mais gente amando minha filha, melhor. Eu só quero coisas
Parte 1...CristinaDois anos depois...Não é fácil ser filha, mãe, dona de casa, trabalhar fora, estudar, ser amiga e ainda por cima, evitar cometer erros.Nunca pensei que teria uma vida tão cheia, mas entre dificuldades e alguns entraves, consigo ser feliz na maior parte do tempo, o que já está bom para mim.Minha pequena Lúcia veio ao mundo em uma tarde, quase escurecendo, depois de me fazer penar por mais de nove horas em trabalho de parto. Mas chegou forte, saudável e barulhenta. Por isso escolhi esse nome. Lúcia quer dizer luz, que é o que ela representa em minha vida.E eu chorei muito quando a colocaram em cima de mim. Um choro de felicidade máxima de ter aquele pedacinho de mim que já me fez sentir que tudo o que eu for fazer, será para que ela tenha a melhor vida possível, não importa o que seja.Eu escolhi o nome. Fiz uma lista imensa de nomes e fui riscando um por um, a cada significado que eu lia. Deixei cinco separados. Um deles seria o escolhido e isso eu saberia na ho
Último capítulo