Capítulo 30
Caio
O corredor até a sala da caldeira parecia mais longo do que o normal. O som dos passos dos nossos homens atrás de mim, os estalos dos coturnos contra o chão e o silêncio absoluto do hacker algemado enchiam o ambiente com muita tensão.
A sala da caldeira era um dos poucos cômodos do prédio que nunca passou por modernização. As paredes ainda conservavam o reboco velho, o cheiro de ferrugem misturado ao calor abafado e aos ecos ociosos de máquinas desligadas. Era o lugar perfeito para conversas que não deviam ser ouvidas.
Fechei a porta atrás de mim e pedi que os homens ficassem do lado de fora. Só Willian ficou comigo. O hacker foi colocado em uma cadeira de ferro no centro da sala, mãos ainda algemadas na frente do corpo. Ele olhava ao redor com aquele mesmo sorriso cínico.
— Sabe... — ele começou, debochado — isso é ilegal.
— Você invadiu um sistema que protege dados de milhares de famílias. — Minha voz saiu baixa, mas firme. — Eu diria que estamos quites.
Willian cru