O almoço parecia uma daquelas cenas que você vê em comerciais de margarina... se a margarina estivesse vencida, a família estivesse em crise e houvesse um Batman na mesa.
Cristal se sentou sem cerimônia, com aquele sorrisinho satisfeito e o batom tão rosa quanto o ranço que crescia dentro de mim. Ela claramente tinha tido tempo o suficiente para retocar a maquiagem, provavelmente enquanto as crianças se viravam sozinhas. Porque, sim, eles estavam lindamente... inadequados.
Charlie estava parecendo um desfile de estilos aleatórios com sua calça de pijama verde-limão e uma camisa social azul que tinha certeza que era do pai. Lauren estava deslumbrante — se fosse para uma apresentação de balé — e Thomas, ah, Thomas estava com a fantasia completa do Batman. Máscara, capa e tudo.
Mas sabe o que mais me irritava? Era que, apesar disso, estavam felizes. Rindo. Conversando. Se sentindo eles mesmos. E eu amava isso.
– Ana, me passa a cenoura? – Charlie pediu, como se fosse a coisa mais natural