Enrico Narrando
Estava esperando Matheus quando ele chegou. Assim que entrou na minha sala, fiz um gesto com a mão para que fechasse a porta. Ele obedeceu sem questionar, e pude notar o sorriso debochado no canto dos seus lábios.
— Senta aí — ordenei, indicando a cadeira à minha frente.
Matheus se acomodou de forma relaxada, cruzando uma perna sobre a outra. Cruzei as mãos sobre a mesa e fui direto ao ponto.
— Por que diabos você foi abordar a Thayla?
Ele soltou uma risada nasal, balançando a cabeça como se achasse graça da minha pergunta.
— Fiquei curioso — respondeu com um tom casual. — Nunca te vi olhar para ninguém do jeito que estava olhando para ela. E, além disso, teve aquele seu ataque de ciúmes ontem. Não deixou a garota ir para casa comigo.
Apertei os lábios e mantive meu olhar firme no dele.
— E o que você tem a ver com isso, Matheus?
Ele levantou as mãos em rendição.
— Nada a ver, Enrico, calma. Só achei curioso. Até porque, convenhamos, ela tem idade para ser sua filha.