Samantha Hurst, uma showgirl de Las Vegas, não esperava que aos vinte e cinco anos teria sua vida transformada ao conhecer Theon Adamos em uma despedida de solteiro. Theon, de uma grande e barulhenta família grega, não poderia imaginar que uma ligação pudesse alterar completamente o rumo de sua vida. Um único fim de semana divertido e espontâneo pode trazer consequências definitivas. O que acontece em Vegas, será que permanece mesmo em Vegas? Às vezes a vida é mesmo uma vadia!
Leer másSamantha
— Sam, você está aí? — Charlie bateu na porta do banheiro do apartamento que dividíamos.
Meu único desejo, era fingir que não existia até que aquilo se tornasse real. Eu me afundei um pouco mais na banheira vazia, buscando alguma proteção contra a realidade.
— Sam, Você sabe que se a gente se atrasar teremos que aguentar a Elle pegando no nosso pé! — sua batida se tornou insistente — vamos, serão apenas dois shows hoje.
— A porta está aberta — Eu murmurei, abrindo a terceira barra de chocolate que provavelmente me transformaria em uma porca.
Bem, eu ficaria do tamanho de uma mais cedo ou mais tarde de qualquer maneira.
Charlie abriu a porta, arregalando os olhos ao me encontrar deitada na banheira vazia, cercada de embalagens das mais diversas guloseimas que meu pagamento pelo show da noite anterior havia sido capaz de comprar.
— Mas que porra é essa?
Ela se aproximou com cuidado da banheira, enquanto eu mordiscava sem vontade a barra de chocolate. Minha amiga se abaixou, pegando do chão o motivo do meu desespero nas últimas horas.
Quatro testes de gravidez, todos com resultado positivo.
— Minha vida acabou — Eu funguei.
— Sam, eu... Isso é sério? — ela balbuciou, parecendo abobada.
Eu confirmei com a cabeça sem me preocupar em olhá-la.
— Mas...
— Eu fiz o exame de sangue, o resultado sai ainda hoje, mas eu não aguentei esperar — Expliquei, me ajeitando no pouco espaço que eu tinha.
— Quem é o pai? Já faz algum tempo que você terminou com o Jack.
Suspirei ao pensar em meu ex namorado. Seria bem mais fácil se fosse ele, eu o conhecia, nós tivemos um relacionamento que durou mais de um ano. Mas não, eu tinha que dificultar um pouco as coisas.
— Não é do Jack. Você não o conhece.
Ela pareceu confusa com a resposta. Eu sempre fiz questão de apresentar todos os meus envolvimentos românticos para Charlie, com exceção de Theon.
Ela sabia que eu tinha me envolvido com alguém algumas semanas atrás e que era algo passageiro, já que ele estava apenas na cidade a passeio. A única que realmente o conheceu foi Elle, e foi incrível aproveitar sua companhia.
Eu só não esperava que um descuido tão bobo como o que tivemos, resultaria em algo assim.
— Sam, de quem estamos falando? — ela se sentou ao meu lado, pegando um pacote de jujubas que estava em cima da minha barriga.
— Aquele cara que conheci no bar no dia que saímos juntas — eu expliquei.
— Acho que entendo o motivo de tantos doces.
— Se dependesse de mim, eu estaria rodeada de tequila, mas aparentemente eu não posso mais.
Passamos alguns segundos ali em silêncio, apenas absorvendo a novidade, mas, cedo demais, Charlie o quebrou.
— Sei que você está surtando, mas precisamos ir.
Apesar de me sentir relutante, eu me forcei a tomar um banho e me vestir para o trabalho. Eu precisava trabalhar, pelo menos enquanto ainda consigo dançar sem ter uma barriga enorme me atrapalhando.
Charlie e eu pegamos um táxi até o hotel onde seria nossa primeira apresentação. Depois nós iríamos a um restaurante árabe, onde aparentemente não se importavam com a etnia de suas dançarinas contando que soubessem dança do ventre e se vestissem em trajes apropriados.
Eu estava no camarim separando as roupas que usaria na apresentação quando Charlie entrou, se sentando em um sofá já vestida para a apresentação, aproveitando que havíamos sido as primeiras a chegar.
— Você está de quanto tempo? — ela perguntou.
— Eu não sei — suspirei me sentando ao seu lado — faz algumas semanas que o Theo foi embora, então não pode ser mais que isso. Mas acho que preciso ir a um médico ou algo assim. Eu sabia que tinha algo errado, mas não queria ceder.
— Eu percebi que você estava estranha, mas pensei que você tinha pego a gripe da Milly — ela me observou.
— Eu não fico doente — funguei — mas considerei a gripe também, apesar de estar com a menstruação atrasada há alguns dias.
— Negação?
— Pode ser — admiti — eu senti cólica, então pensava que era apenas isso, um atraso.
— Mas não era.
Balancei a cabeça, me deitando em seu colo. Eu me sentia solitária, era no mínimo irônico pensar nisso, já que tecnicamente, eu estaria sempre acompanhada de agora em diante.
— O que você pretende fazer? — ela perguntou.
— Bem, eu vou tentar dançar a noite toda sem vomitar em ninguém, e depois comer o resto dos meus doces.
— Sam... — ela suspirou.
— E quem sabe ligar para o Theon e falar "Oi, se lembra de mim? Então... espero que você goste de crianças, porque vamos ter um filho" — Eu me encolhi em seu colo — Terei sorte se ele não desaparecer.
— Ele não vai desaparecer — ela garantiu mexendo em meu cabelo — e se ele fizer isso, nós daremos um jeito, você sempre pode pedir pro seu pai caçar ele e fazer ele pagar a pensão.
— Se eu pedir para meu pai caçá-lo, ele vai levar a sério, sabe que caçar é seu passatempo favorito. A última coisa que eu vou receber será a pensão — eu ironizei, sentindo um novo terror crescer em mim.
Como eu contaria aquilo para os meus pais? Eu teria que contar para eles em algum momento!
— Sam, você está chorando!? Por quê? — Charlie arregalou os olhos enquanto eu me levantava de seu colo, tentando enxugar as lágrimas teimosas que insistiam em aparecer.
— Eu não sei, posso culpar os hormônios? — eu forcei um sorriso, tentando mudar de assunto ao ouvir vozes se aproximando da porta — não conte a elas, por favor.
Eu não queria mais falar sobre o quão aterrorizada eu estava com aquela situação. Queria apenas tentar manter uma rotina normal. Ela me envolveu em um abraço desajeitado tentando me confortar, mas aquilo parecia impossível para mim naquele momento.
Um bebê!
— Vamos, você precisa de maquiagem — Charlie declarou, me levando até o espelho — vamos te deixar apresentável.
Ela trabalhou em mim enquanto as garotas estavam animadas ao meu redor, sem se dar conta do caos que invadiu meu interior.
A primeira parte da noite ocorreu sem incidentes. As rotinas eram simples e a atração principal era um cover de Elvis que estava se apresentando. Devido ao cronograma apertado, não tive tempo para checar o resultado do exame, apesar de já saber qual seria. Quando chegamos ao restaurante, não existia nenhum lugar apropriado para que nos arrumássemos para a apresentação, então nos revezamos no escritório do gerente.
Eu fui a última a me arrumar, me sentando na cadeira, apanhando o celular para confirmar o resultado do exame.
É isso... Eu vou ter um bebê, filho de um cara que eu nem conheço direito!
O que eu sei sobre ele? Ele é grego, mora no Colorado, e o primo dele vai se casar. Na verdade, já deve ter se casado. Já faz um mês desde que Theon partiu.
— Aquela droga de despedida — eu praguejei, jogando o celular em cima da mesa e escondendo o rosto em ambas as mãos.
Uma batida na porta fez com que eu erguesse o rosto a tempo de ver Elle entrando com um olhar preocupado no rosto.
— Desculpe a demora Elle, eu já vou...
— Sam, você está bem? — ela se aproximou.
Eu estava bem? Eu acabei de ter certeza de que me meti na maior enrascada da minha vida.
— Claro — eu menti, forçando um sorriso — algum problema?
— O dono do restaurante te viu mais cedo e bem, ele tem alguns planos especiais pra você — ela comentou me avaliando — você não tem que aceitar.
— Quais planos? — eu franzi o cenho.
— Qual é a sua experiência com cobras? — ela fez uma careta.
Eu pisquei atordoada diante daquela frase.
Cobras? Por que eu teria experiência com cobras?
— Você está falando de que tipo de cobra?
— Que é nojenta e rasteja por aí.
Aquela informação fez meu estômago revirar, me obrigando a correr para o banheiro. Elle me acompanhou de perto, segurando meus cabelos na tentativa de me confortar.
— Eu sinto muito, você não tem que chegar perto de nenhuma cobra — ela garantiu ao ouvir um pequeno soluço incontido meu.
— Não é esse o problema — eu garanti, secando as lágrimas que tinham escapado.
Eu vou conseguir parar de chorar em algum momento?
— Então você vai dançar com a cobra no pescoço? — ela franziu o cenho.
— De jeito nenhum! — ergui a voz me levantando e indo até à pia.
— Sam, você está estranha desde que nos encontramos — ela suspirou, parando ao meu lado e me olhando de maneira desconfiada.
Eu desviei o olhar, sem saber ao certo o que dizer a seguir.
— Sam...
— Eu estou grávida — soltei de uma vez.
— Como é? — ela devolveu quase imediatamente, me encarando boquiaberta.
Um silêncio desconfortável recaiu sobre nós duas, eu não queria que essa história se espalhasse tão rápido, mas acho que não seria tão fácil esconder.
— Quem é o pai? — ela se aproximou gentilmente.
— Theon — desviei o olhar sem ter coragem de encará-la — sabe, o cara grego.
— Mas que merda, Sam! — ela praguejou.
Parece que ela também acha que eu consegui piorar uma situação que já era péssima.
— O que eu faço? — eu implorei por uma solução mágica.
— O quê? Não sei, Sam. Você vai levar a gravidez adiante? — ela foi direto ao ponto.
— Sim, eu não poderia fazer outra coisa — eu funguei.
Apesar do pavor que a situação criava em mim, em momento nenhum eu pensei em abortar aquele bebê.
— Então você precisa falar com ele. Vocês têm algum contato?
— Tenho o número dele, mas o que eu vou dizer? Eu não posso ligar para alguém de uma hora para outra e contar que vamos ter um filho!
— E você tem outra opção, Samantha? — ela revirou os olhos.
— Não, mas...
— Olha, é melhor você tirar o resto da noite de folga. Eu acho que a May vai aceitar a questão da cobra, e não será bom se você vomitar em algum cliente — ela suspirou — depois nós podemos ver juntas o que você precisa.
— Eu ainda vou poder dançar? — eu sequei os olhos.
— Eu não sei, eu nunca estive nessa situação — ela admitiu — acho que até você passar com um médico é melhor dar um tempo.
— É tanta coisa.
— Eu sei, mas você vai ter que resolver — ela me cortou — vá pra casa e tente dormir um pouco, nós podemos conversar depois.
Eu pensei no que ela falou e fazia sentido. Eu poderia cair, vomitar, desmaiar, qualquer coisa. Fora que em breve eu não ficaria nem um pouco atraente para usar qualquer roupa que me dessem, mas o que eu poderia fazer? Um bebê precisa de dinheiro!
E ainda tinha a questão do Theon, eu precisava avisar ele. Mas como?
Eu estou muito ferrada!
Bom dia, a historia chegou ao fim e eu não poderia deixar de agradecer a todos vocês que me apoiaram e acompanharam cada capítulo... Eu espero que vocês continuem acompanhando minhas outras historias, por enquanto apenas uma está com contrato assinado aqui na Buenovela, mas estou trabalhando para colocar todas as outras. Então vou deixar um trecho de divulgação da minha outra historia aqui, ela se chama "De repente, Peter e Mary" e é uma comédia romantica bem gostosinha. Um beijo, até a Próxima!!! DEGUSTAÇÃO!!!! As portas do elevador logo se abriram, revelando o andar onde ficavam os escritórios dos meus pais e a sala de reuniões da diretoria. Nós seguimos em silêncio até a sala de reuniões, encontrando meus pais e os dois advogados principais da editora, Gavin Stewart e Damon Bells. Os dois eram babacas, mas eram bons advogados e geralmente só eram chamados em casos complexos. Porque eles estão aqui? — Marianne, você não me atendeu — Omar começou. — Desculpe, eu estava ajudand
Dada as nossas rotinas de trabalho, muitas vezes encontrávamos o segurança em bares, clubes e eventos, por isso nos sentíamos à vontade na presença de Francis. — Obrigada Francis — Elle sorriu — juro que não sei como você adivinha quando precisamos de ajuda. — O mérito dessa vez não foi meu, garotas — ele sorriu — um rapaz viu a situação e me avisou. — Então você devia pedir que ele viesse até aqui para podermos agradecê-lo — Elle piscou para o homem que se afastou em seguida, acenando em entendimento. Eu lhe lancei um olhar irritado, que ela fingiu não entender. — O que foi? — O que foi!? Nós acabamos de nos livrar de um completo babaca, e você pede para o Francis nos apresentar algum desconhecido? — Hey, ele foi legal com a gente — ela o defendeu — não custa nada lhe pagar uma bebida como agradecimento. — Não? Ele pode ser um idiota oportunista tão nojento quanto o outro. — Se ele for outro idiota, nós chamamos o Francis para nos livrar dele também — ela me cortou — e eu ac
SamanthaPrazer, Theon A AdamosSamanthaRisos enchiam a noite conforme as garotas ficavam mais animadas. Era a primeira vez que conseguíamos sair juntas em meses, e elas queriam aproveitar. Ninguém poderia nos julgar por estar em um bar em uma segunda à noite, porquê vivíamos em Las Vegas e essa era nossa folga.Estávamos em cinco mulheres, e todas trabalhávamos como showgirls na cidade, o que nos deixava com uma rotina um pouco instável. Algumas noites, tínhamos apenas um show agendado, em outras chegávamos a atender até cinco espetáculos, transformando reuniões como essa em momentos quase impossíveis de acontecer.— Charlie, devagar com a tequila — aconselhou Elleanor, ou Elle, como costumávamos chamar a líder de nosso grupo.Ela era cerca de doze anos mais velha que eu com meus vinte e cinco anos, e sempre tentava cuidar de todas nós, não apenas profissionalmente.— Deixe-a aproveitar o fato de conseguir entrar aqui sem ter que mostrar a identidade pela primeira vez, Elle — Marie
Theon — Hey, você viu meus brincos? — A voz de Samantha veio do banheiro do quarto que eu estava hospedado nos últimos dias em Vegas. Já faz quatro dias desde que nos conhecemos, e ela vinha me visitando regularmente. Após nossa primeira noite, consegui o número de seu celular, e no fim, acabei convidando-a para sair na tarde seguinte, e na outra, e nós passamos muito tempo juntos. Eu me levantei, indo até à porta entreaberta do banheiro, ela estava diante da pia, penteando os cabelos molhados ainda enrolada em uma toalha. Sam tinha saído de sua aula de balé e vindo me encontrar antes de ir para o trabalho. — Os brincos estão no quarto — eu a abracei por trás, subindo as mãos por suas coxas, erguendo a toalha no processo — mas acredito que você ainda tem algum tempo antes de sair. — Por mais que eu queira ficar, Elle vai nos levar para jantar antes de ir para o primeiro show — ela se virou para mim. Levei minha mão até sua nuca, puxando seu rosto ao encontro do meu. Assim q
A felicidade que ela merece Theon — Você está pronta? — chamei Sam enquanto cuidava para que Henry não se sujasse. Eu estava na sala de casa, esperando que ela terminasse de se arrumar para que pudéssemos ir para a cerimônia que nos aguardava, mas ela estava demorando mais do que eu imaginava. — Eu desço em um minuto, Apolo — ela gritou em resposta — não deixa o panqueca sujar o Henry. Eu observei meu garoto de um ano e meio deitado em cima do cachorro com um sorriso angelical no rosto. Talvez seja melhor tirá-lo dali antes que sua mãe desça. — Henry, vem com o papai — eu o chamei, me abaixando para recebê-lo. Ele levantou a cabeça que estava apoiada nas costas do cachorro e abriu ainda mais seu sorriso ao me ver gesticulando para chamá-lo. — Papa — ele balbuciou se esforçando para se levantar antes de correr em minha direção em passos vacilantes. Ele vestia um pequeno smoking e tinha os cabelos levemente cacheados iguais aos da mãe adoravelmente bagunçados, ele roubará a ate
Theon Eu segui até a sala de espera da maternidade onde todos aguardavam ansiosos por alguma notícia. Carl e Selena foram os primeiros a me ver e logo se colocaram em pé. — Adamos, o que aconteceu? — Carl perguntou. — Henry decidiu se adiantar algumas semanas, mas está tudo bem. Ele é perfeito e saudável — eu sorri ao me lembrar de meu menino. Ele era melhor do que eu imaginava, muito melhor. — Como ele é? Nós podemos vê-lo? — Lara perguntou ansiosa. Toda aquela agitação parece ter servido para fazê-la esquecer momentaneamente tudo o que aconteceu naquela noite. — Ele está com a Sam no pós parto, ficará lá durante algum tempo — eu expliquei — Alguém sabe sobre as... Eu me calei ao ver Callie vir pelo corredor ao lado de Harper, as duas conversavam tranquilamente, enquanto Daphne, que tinha começado a dar seus primeiros passos corria de maneira desajeitada à frente delas. — Callie as colocou ali no canto — minha mãe apontou para as duas malas de Sam. — Obrigado eu... Eu vou
Último capítulo