Margot
Passei a noite em claro. Não consegui pregar os olhos um só segundo, imaginando que logo serei levada para longe do alcance da minha família.
O castelo é enfeitiçado e ninguém sem permissão sai ou entra nele, o que impossibilita que alguém o invada para me livrar de meu cativeiro. Além disso estou impossibilitada de me transformar, pois a coleira em torno de meu pescoço me impede. Tudo isso me deixa derrotada, com um sentimento de impotência que não estou conseguindo lidar.
Só consigo pensar em meus pais e em meus irmãos, em como eles estão lidando com o meu desaparecimento.
O som da porta se abrindo me tira de meus devaneios e viro a cabeça para ver quem adentra o cômodo. Ao contemplar a mulher de cabelos grisalhos que entra no ambiente, suspiro pesadamente e volto a me deitar. O olhar perdido em algum lugar do quarto que foi designado a mim.
— Anime-se, minha querida. Em breve partiremos!
Gostaria de saber por que essa mulher acha que eu deveria estar animada em ser levada