capitulo 6

Capítulo 6 "Mudança radical"

Escutar ele colocar pra fora toda essa dor me fez entender o cuidado e a vontade de me fazer ficar segura, era óbvio demais pra quem sabe dessa história.

As crianças passaram direto e não entraram no escritório o que nos deu um tempo para acalmar os corações quebrados...

-Você não deve se culpar assim Bruno eu sinto e imagino sua dor mas ela não iria gostar que carregasse essa culpa, e fora que toda mãe não teme a própria morte, teme morrer e deixar seus filhos nesse mundo de cão, e ela teve muita sorte pois as crianças tem você.

Ele apenas escuta em silêncio não concorda e nem discorda, só o silêncio que paira no ar deixando palpável o sentimento de dor ali presente, decido dar espaço e vou me retirando quando ele estende a mão e me segura me viro e nossos olhos se encontram e se fixam por alguns instantes até ele falar:

-Obrigada por me ouvir...

-Pode contar comigo vizinho!

Dou um leve sorriso e deixo ele sozinho, de uma coisa eu sei eu preciso ficar aqui, eu preciso ficar perto dele e das crianças...

Desço e encontro com John e Marcos que me olham como se fosse uma surpresa eu estar ali.

-E aí Melany gostou da casa?

-Eu amei Marcos com certeza quero mudar pra cá!

-Ótimo vou providenciar tudo então.

-Mas qual valor do aluguel?

-Não é nada, não vou cobrar nada!

A voz de Bruno se faz presente na sala, e vejo que ele já estava melhor ao descer as escadas com as crianças.

-Não quero morar de graça.

-Não é de graça a polícia me paga um valor suficiente pela casa, tem a mulher que a mantém limpa sempre então você terá alguém que manterá tudo no lugar pra você.

Ele fala e sai com as crianças, me deixando sem entender nada, acabamos de ter um momento especial e verdadeiro e ele simplesmente age assim?

-Bom quando pretende mudar Melany?

-Quanto antes Marcos, quando acha que seria possível?

-Bom vão vir colocar as câmeras e o alarme amanhã, todas as câmeras terão a central na delegacia e o alarme no meu celular inclusive, pode se mudar na quarta se estiver bom pra você.

-Está ótimo John precisa voltar pra sua casa já tomei tempo demais dele, pelo menos assim vou estar segura.

-Só sairei daqui quando eu tiver certeza absoluta disso.

-Então na quarta, vou levar vocês de volta pra casa.

Percebo que estou sem meu celular

-Acho que deixei meu celular lá em cima vou buscar já volto.

Lembro que larquei na mesa do escritório quando fui abraçar Bruno e subo para buscar, observo pela janela que dá para ver bem o fundo do quintal dele, ele estava sozinho na mesa que dá pra piscina, parecia estar bebendo algo e perdido em seus pensamentos me assusto quando meu celular vibra e ao olhar pra tela fotos da frente da minha casa e uma mensagem de texto...

"-Eu sempre vou te achar meu amor"

Dei um grito tão profundo e tão alto que parece que saiu da minha alma, me ajoelhei no chão e não demorou muito para que meu irmão e Marcos subissem correndo ver o que estava acontecendo e logo seguida passos na escada me fizeram encolher no canto por medo de ser o Bryan atrás de mim...

-Não deixem ela entrar ele quer me matar!

Eu grito e me encolho tapando os olhos e abraçando os joelhos ao mesmo tempo aquilo me gerava um pavor tão grande que eu não sabia como respirar...

John pegou meu celular do chão na minha frente e vi que os passos que subiam pararam em minha frente, tive a sensação da pessoa se abaixar na minha frente e o pavor me fez paralisar ao abrir lentamente os olhos vi que era o Bruno ali, ele devia ter ouvido o meu grito e voltou pra cuidar de mim.

Eu o abracei sem pensar muito, pois incrivelmente mesmo ele sendo um estranho eu me sentia segura com ele.

-Está tudo bem ele não sabe onde você está ele só quer te colocar medo, vamos trocar esse número.

-Eu não posso voltar lá ele já foi duas vezes pra lá na terceira ele me acha e acaba comigo.

-Você não precisa voltar Emmy, vamos pra um hotel.

-Não hotéis não são seguros.

Bruno respondeu rispidamente John.

-E onde sugere que a gente fique?

-Vocês podem ficar na minha casa enquanto agendamos a mudança da casa antiga, colocaremos escolta na quadra toda e o caminhão de mudança será escoltado por vários caminhos aleatórios se misturando com outros pra chegar até aqui sem falhas na segurança!

Bruno fala com firmeza tomando a rédea da situação o que me faz olhar fixamente pra ele e ficar sem palavras.

-Depende da Melany, o que acha disso?

Marcos me pergunta e eu por alguns segundos parece que perdi a habilidade da fala, as palavras simplesmente não saiam, apenas acenei que sim.

-Então se você concorda tudo bem!

Continuo sem conseguir me mover, meu corpo formigava todo o rosto de Bryan aparecia como flechas na minha mente, eu piscava e piscava, tentava eliminar da minha mente mas não sumia, mais uma vez a crise de pânico veio tão forte que desmaiei...

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Bruno

Contei sobre Nina para ela, nem sei porque fiz isso, mas ela me transmite aquela segurança de poucas pessoas as quais podemos contar tudo...

Mas falar sobre isso me faz ficar amargo, quebra meu peito em pedaços melhor eu ir pra casa, com certeza devo ter parecido rude do modo que saí mas nesse momento não consigo ser diferente!

Saio as pressas de lá coloco as crianças para assistir um desenho e vou pra área da piscina, pego um copo de Whisky e fico ali pensando em tudo que tem acontecido, quando escuto um grito tão alto que parecia que a morte de alguém estava chegando, e veio da casa ao lado só podia ser ela...

Sai em disparada porta a dentro subi as escadas e cheguei ela estava encolhida apavorada, não me importava o motivo que tinha causado isso nela eu só precisava abraçá-la e proteger ela de tudo!

Assim que entendi o motivo sabia que eu não poderia deixá-la ir pra casa novamente sugeria que ficasse na minha casa e ela aceitou mesmo apavorada e logo desmaiou.

-Ela desmaiou.

-É das crises de pânico, o médico disse que era um mecanismo de defesa dela quando ele estava apavorada ela desmaiava pra não ver o pior acontecer...

Escutar o irmão dela dizer aquilo fez me invadir um ódio mortal, que mais dia ou menos dia eu farei esse cara pagar!

Pego ela nos braços e levo pra minha casa as crianças tinham adormecido no sofá o que me evita as perguntas de imediato, a levo até o quarto de hóspedes e ali a coloco pra descansar seu irmão senta na poltrona e ali fica cuidando do sono da irmã.

-Se precisar de algo é só me chamar John.

-Obrigada Bruno.

Depois de colocar as crianças na cama todo meu banho e fecho meus olhos, de imediato o rosto dela toma meus pensamentos fazendo com que minha mente sonhasse com ela...

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