— Fale — Mauro move a mão, dão-lhe um copo com uísque.
— Seria de péssimo gosto celebrar um casamento tão pouco tempo depois da morte do pai do noivo. Estive discutindo isso com os organizadores e eles concordam que seria prudente voltar à data original de...
Minha mãe não consegue terminar de falar. Mauro atira contra a parede atrás de nós o copo de vidro do qual estava bebendo. O barulho que faz e a proximidade com que passa ao nosso lado faz com que soltemos uma exclamação de pavor. Não só nós, os empregados por perto vão se retirando discretamente.
Era o que foram instruídos a fazer quando meu pai ficava assim.
— Estou pouco me lixando para o péssimo gosto! Esse casamento deve acontecer na data estipulada! — exclama furioso.
Ele está caminhando em direção à minha mãe de maneira ameaçadora. Ela continua tremendo, embora não recue. Tenho que intervir.
— Mas pai... — gaguejo — Se Lorenzo não quiser se casar comigo nessa data, que culpa temos nós? O pai dele acabou de morrer... não é l