— De onde você conhece a Emma? — pergunto.
Notei que Jesus responde diretamente o que pergunto, para ele não existem floreios ou pelo menos, não em sua personalidade como motorista. Mesmo assim, desta vez ele hesita, e percebo como suas mãos inquietas tateiam o volante.
— De um dos meus trabalhos anteriores.
— De algum dos trabalhos anexados no seu currículo? — investigo.
Sua boca se contrai.
— Antes deles.
— Poderia ser mais específico? Não quero continuar te torturando com perguntas tão simples como estas...
A ironia atinge Jesus, que se esforça para me responder.
— Ela... tem relação com meus antigos empregadores. Nos conhecemos lá.
Eles se conheceram no trabalho que lhe custou a sabotagem por aqueles anos. Interessante.
— O que ela disse no restaurante? Parecia alterada — pergunto novamente.
— Queria saber desde quando estou trabalhando para a senhora, e como consegui o emprego.
— Você disse a verdade? — questiono, me recostando na janela.
— Pedi que me deixasse sozinho. Não quero