Clarice conhecia o médico há três anos. Sempre que se viam, falavam apenas sobre a saúde da avó. Apesar da familiaridade, os dois não tinham uma relação próxima o suficiente para discutir questões pessoais. Por isso, ela rapidamente mudou de assunto:
— Conversei com o Sterling sobre o medicamento experimental. Acho que amanhã já teremos ele em mãos. Quando minha avó começar o tratamento, ela vai melhorar, não vai?
Clarice sempre sonhou em ver a avó recuperar a saúde, para que pudesse levá-la para passear e conhecer o mundo lá fora.
O médico percebeu que ela não queria continuar falando sobre Sterling e sua relação com ele. Apesar de achar injusto o que ela vivia, decidiu não insistir:
— Só depois de um tempo de uso é que saberemos. No momento, não posso te garantir nenhum resultado.
O quadro da paciente era imprevisível, e ele não podia prometer nada.
Clarice, um pouco decepcionada, assentiu com a cabeça.
— Entendi. Vou voltar para ver minha avó.
— Pode ir.
Quando ela saiu do consul