Clarice não conseguiu segurar o riso:— Você não trabalha direito e só fica atrás de fofocas! Vai, conta logo o que é.— Aquele Henriques... De repente começaram a dizer que ele é filho ilegítimo da família Martinez, uma das quatro grandes famílias de Londa. Todo mundo está apostando se ele vai ou não reconhecer a família e voltar para os Martinez! — Disse Lilian, quase sussurrando.Esse assunto já tinha se espalhado pelo escritório, mas Lilian ainda falava baixo. Era algo muito delicado, e se o próprio Henriques ouvisse, seria uma situação bem constrangedora.Clarice ficou surpresa. Ela imediatamente pensou em Callum. Henriques e Callum eram meio-irmãos por parte de pai?— Você precisava ver como a Isabelly estava hoje. Toda cheia de si, andando como se já fosse esposa de um milionário! — Lilian soltou uma risada fria.Isabelly, uma mulher que não hesitava em destruir famílias, ainda tinha coragem de se portar daquela forma. Era o cúmulo da falta de vergonha.— Fique longe dela. Cuida
— Clarinha, você já está casada há alguns anos. Está na hora de ter um filho.Clarice sentiu uma mistura de sentimentos. Ela levantou os olhos para Paula e respondeu:— Estou no auge da minha carreira agora. Não pretendo ter filhos.Ela estava prestes a se divorciar de Sterling e não queria que ninguém soubesse de sua gravidez. Se essa informação chegasse aos ouvidos de Sterling, ela sabia que seu filho estaria em perigo. Não podia correr esse risco.— Uma mulher, depois que se casa, deve cuidar da casa e dos filhos. Carreira é coisa de homem! Clarinha, você sabe da posição do Sr. Sterling em Londa. Além disso, ele é bonito, e não faltam mulheres querendo se aproximar dele. Você, como Sra. Davis, precisa pensar em como manter o coração dele ao seu lado. Quando vocês tiverem um filho, ele vai se estabilizar. — Disse Paula, com um tom direto. Apesar de ter um casamento feliz, ela conhecia bem o mundo das elites e sabia o quanto os homens desse meio podiam ser frios e egoístas.Nos último
O rosto de Sterling escureceu, seus olhos se estreitaram, e uma aura fria emanou dele:— Clarice, sai daí!O aperto em seu pulso era doloroso, e a outra mão, que segurava firmemente o corrimão, também começava a doer. Clarice sentiu que suas forças estavam se esgotando.De repente, alguém deu um empurrão em Sterling e o repreendeu:— Vocês dois aí, não acham que é um pouco demais intimidar uma mulher sozinha?Sterling, pego de surpresa, cambaleou para trás e acabou soltando o pulso de Clarice.As portas do elevador se fecharam. Por uma pequena fresta, Sterling viu Clarice falando algo com a pessoa ao lado, parecendo bastante aflita.Teresa mordeu o lábio e, com cuidado, disse:— Sterling, acho melhor eu voltar para o quarto... Não vou te acompanhar, está bem?Ela rapidamente apertou o botão do elevador antes que ele pudesse responder. Sterling respondeu friamente:— Tudo bem.Teresa lançou-lhe um olhar cauteloso e murmurou:— A avó da Clarice nem está internada neste hospital. Veio ver
Esse assistente precisava ser trocado.— Encontramos por acaso durante o almoço e acabamos bebendo umas duas taças. Foi só isso. Meu problema é o álcool, não aguento muito. Fiquei mal e vim para o hospital. — Disse Asher, de forma casual, sem entrar em detalhes.Clarice percebeu que ele não queria contar a verdade e decidiu não insistir. Sentou-se em uma cadeira perto da cama e perguntou:— E agora, como está se sentindo? Melhorou?Na verdade, desde que soubera por Paula que Asher havia sido hospitalizado por intoxicação alcoólica após encontrar-se com Sterling, Clarice sentia um peso enorme no coração. Ela sabia que, de alguma forma, aquilo tinha relação com ela. Sterling só agia assim por causa dela, e Asher acabava pagando o preço.Clarice não tinha coragem de confrontar Sterling, então tudo o que restava era esse sentimento de culpa em relação a Asher.— Estou bem, Clarinha. Meu corpo é forte, não precisa se preocupar tanto. — Disse Asher, com um sorriso gentil. Ele pegou uma garra
Asher agarrou o pulso de Beatriz e a puxou para perto, prendendo-a em seu abraço. Ele a encarou com frieza e a advertiu:— Cala a boca! Se você causar mais confusão, esqueça o casamento!Beatriz ergueu os olhos para ele, incrédula:— Asher, você está mesmo me ameaçando com o casamento para defender aquela vagabunda da Clarice?Cheia de raiva, Beatriz precisava de um alvo para descarregar toda a sua frustração, ou sentia que explodiria. Desde pequena, ela guardava rancor de Clarice. Depois de ser abandonada por ela, Beatriz foi vendida e viveu anos de sofrimento no interior.Enquanto ela sofria no campo, Clarice crescia no conforto e no luxo da família Preston. Esse contraste alimentava seu ódio, que crescia a cada dia.Agora, Asher, o homem que ela mais amava e que estava prestes a se tornar seu marido, defendia justamente Clarice.Até então, Beatriz sabia que Asher guardava Clarice no coração, mesmo sem ter visto ele tomar uma atitude explícita para protegê-la. Só isso já a deixava mo
Ela sequer se preocupou com o fato de estar de vestido, pouco ligando se estava ou não mostrando algo que não deveria. O assistente desviou o olhar imediatamente, tentando manter a compostura, e disse respeitosamente: — Srta. Beatriz, com licença. Sem esperar mais, ele a pegou no colo diretamente, ignorando qualquer resistência.Beatriz ficou atônita por um segundo, mas logo reagiu. Ela ergueu a mão e deu um tapa estalado no rosto do assistente: — Seu atrevido! Me coloca no chão agora! O assistente sentiu a orelha zumbir com a força do tapa, mas, mesmo assim, cerrou os dentes e continuou carregando-a em direção à porta.— Asher, eu sou sua mulher! Como você permite que outro homem me toque? — Beatriz gritou furiosa, quase histérica, virando o rosto na direção de Asher, que estava sentado à mesa.Asher, impassível, massageou as têmporas e abriu o notebook, concentrando-se nos documentos que tinha para revisar. Mesmo com o casamento iminente entre ele e Beatriz, ele nunca havia
— Então você a ama tanto assim, Asher? — Beatriz perguntou, enquanto sua voz carregava uma fúria que transbordava em cada palavra. O ódio subiu com tanta força que sua expressão ficou deformada, quase monstruosa.Ela apertou os punhos, sentindo o coração pulsar de raiva. “Clarice... Aquela vadia só tem um rosto bonito! E isso é suficiente para fazer Asher se ajoelhar aos pés dela?” Beatriz odiava Clarice. Mas, acima de tudo, odiava Asher.— Beatriz, lembre-se do que acabou de dizer. — Asher respondeu, ignorando a pergunta dela. Ele não se deu o trabalho de responder se amava ou não Clarice. Isso nem importava mais. O que importava era o que ele faria por Clarice.Beatriz respirou fundo, tentando controlar o turbilhão de emoções que a dominava. Seu olhar estava cheio de lágrimas e sua voz saiu trêmula: — Eu prometo que não farei nada contra Clarice! E, já que é assim, não precisamos conversar à noite. Vamos marcar o casamento para a próxima semana! Se Asher queria se casar com ela a
Asher hesitou por um momento, mas acabou levantando o olhar. Foi então que Beatriz, de repente, inclinou-se e aproximou os lábios, depositando um beijo rápido em sua testa. Antes que ele pudesse reagir, ela se afastou com um sorriso enigmático.— Pronto, estou indo! Te vejo à noite. E não se esqueça da sua promessa! — Disse ela, com uma leve provocação na voz. Ela viu quando Asher pegou uma toalha de papel úmida e passou no rosto, limpando o local onde ela o havia beijado. Aquilo fez seu coração apertar, mas Beatriz não deixou transparecer. “Tudo bem, em breve ele será meu marido. Depois de casados, eu terei todo o tempo do mundo para estar com ele do jeito que quiser.” Pensou ela.Asher terminou de limpar o rosto, jogou a toalha no lixo sem sequer olhar para Beatriz e voltou ao trabalho, como se nada tivesse acontecido. Para ele, aquele pequeno episódio não fazia a menor diferença. Beatriz observou-o por alguns segundos, o sangue fervendo diante da indiferença dele. Mas, no fim, e