Clarice ficou na ponta dos pés e começou a desfazer a gravata dele para refazê-la com cuidado.
Quando se casou com Sterling, ela levou um bom tempo para aprender a fazer o nó da gravata corretamente. Durante uma época, todas as manhãs, ela fazia questão de ajeitar a gravata dele. Mas, com o tempo, ela percebeu que Sterling não a amava. Desde então, nunca mais havia feito esse gesto.
Agora, ali na frente dele, refazendo o nó, ela não sentia nada. Nenhuma emoção. Talvez fosse porque realmente não o amava mais. Diante dele, sentia-se tranquila, sem qualquer abalo.
Sterling abaixou os olhos e a observou. O rosto delicado dela, o nariz pequeno e perfeito, a expressão concentrada e dócil. Ela parecia a esposa ideal.
Mas ele sabia que, por trás daquela aparência de inocência, havia algo profundamente provocante. Era o mesmo olhar que ela tinha quando estava deitada sob ele, como se fosse uma mistura de pureza e desejo, o que sempre o deixava louco, a ponto de querer morrer entre suas