Eu estava com muito medo, mas papai não disse nada, só ficou me olhando, como se não soubesse o que ia fazer. Depois, se ajoelhou ao meu lado.
      — O que está fazendo, Sofia? — A voz do papai não era brava. Parecia que estava triste também. Mas tive medo dele brigar comigo, mesmo assim.
         — Por favor, papai… não briga comigo… eu só queria lembrar dela um pouquinho.
       Ouvi o papai respirar bem fundo, como se tivesse sem ar. Depois, senti sua mão na minha cabeça, fazendo um carinho tão quentinho. E aí ele me abraçou.
      Fechei os olhos e fiquei ali, quietinha. Fazia tanto tempo que ele não fazia isso. Como eu senti falta do seu abraço, papai.
      Será que ele voltaria a ser meu melhor amigo? Será que um dia a gente ia brincar de novo? Eu lembrava de quando éramos nós três — eu, mamãe e ele —rindo, correndo pela casa. Agora mamãe não estava mais aqui. Mas Celina estava.
      E eu gostava muito dela.
     Ela tinha dito que, às vezes, podia ser brava para agrad