O assistente de Gabriel me avisou de Celina e do motorista que ele deixou. Eu o dispensei, não era necessário. Eu poderia dirigir e cuidar de Celina, mas aceitei que ele pagasse as custas do hospital.
Abri a porta devagar, sem saber exatamente o que eu ia encontrar. Celina estava sentada no sofá, encolhida, os olhos vermelhos de tanto chorar, revelando uma expressão de culpa tão profunda que chegou a me doer.
Ela levantou os olhos para mim, e por um momento, pareceu decepcionada.
— Pensei que fosse ele. — Sua voz era um fio quebrado.
Suspirei, fechando a porta atrás de mim.
— Celina…
— Você deve estar me odiando também, não é, Joana? Eu estraguei tudo.
Fui até ela, sentando-me ao seu lado.
— Não acho que seja tão simples assim.
— Como soube que eu estava aqui, Joana?
— O assistente de Gabriel me avisou — respondi com calma.
— Obrigada por ter vindo.
— Eu jamais te deixaria.
Celina balançou a cabeça, olhando para as próprias mãos, como se carregassem todo o peso da culpa.
— Eu n