Meus olhos se arregalaram.
— O quê?
— Não sou alguém que se sinta confortável em uma rotina previsível. Preciso de algo mais… uma boa disputa de ideias. Você me desafia, Celina. E isso me mantém alerta.
Minha mente travou. Ele… gostava disso? Gabriel sentou-se ao meu lado, e eu senti o cheiro amadeirado do seu perfume. Em seguida continuou, sua voz mais grave, mais introspectiva:
— Não precisa pedir desculpas por ser inteligente, Celina. Eu vejo o que você faz. Eu também sou assim. Gosto de sair da minha zona de conforto. Só assim posso enxergar o que ninguém mais vê.
Eu continuei encarando-o sem dizer uma palavra enquanto ele continuava:
— Eu gosto que seja assim. Não deve pedir desculpas por ser inteligente — ele repetiu. — Deve andar com seus iguais.
Fiquei sem palavras.
Durante toda a minha vida, pessoas me pediram para mudar. Para ser mais silenciosa, mais contida. Para concordar sem questionar. Mas