Gabriela Carvalho
O carro estaciona na garagem e, enquanto me despeço de Rafael e Maria Clara, não consigo deixar de notar o jeito carinhoso com que Cadu olha para a irmã. Ele se aproxima do amigo e pergunta se pode levá-la para casa.
“Olha só, que fofo!” penso comigo mesma, observando a interação deles. A forma como ele se preocupa em garantir que ela chegue bem é adorável. Sorrio ao ver Maria Clara acenar com a cabeça, seus olhos brilhando para o irmão e ainda mais para Rafael.
Ainda estou assustada com tudo que aconteceu; meu corpo ainda sente os toques nojentos daquele homem.
Com um último olhar para o trio, deixo escapar um suspiro e chego ao elevador. No momento em que as portas começam a se fechar, vejo a mão de Cadu entre o vão da porta, fazendo com que ela se abra novamente.
— Me... Me desculpe, Cadu. Achei que você ia ficar com eles.
Ele entra no elevador, sua expressão preocupada. O clima tenso que eu tentava ignorar parece se intensificar.