Havia relutado o máximo que consegui.
Lutei contra mim mesmo até não aguentar mais e me apeguei ao fato de que poderia lidar muito bem com a paternidade solo e o luto por Abby.
— Você precisa sair dessa casa um pouco, Ares — diz George certa vez pelo telefone, andava de um lado para o outro balançando gentilmente Charlotte.
— Charlotte precisa de mim.
— Charlotte está bem, Ares. Agora você... não acho a mesma coisa — diz com a voz firme.
A presença de Charlotte em minha vida era algo tão significativo e especial que não conseguia me imaginar longe dela. Ela havia se tornado um pilar de força em meio a todas as dificuldades que estávamos enfrentamos com a doença de Abby. Cuidar dela preenchia um vazio que eu não sabia lidar ainda, e eu temia perder isso.
Cada vez que pensava em perder Charlotte, uma onda de angústia e medo percorria meu corpo. Eu não queria que algo de ruim acontecesse com ela, e a ideia de enfrentar mais uma perda na minha vida