A vontade de Raquel era de continuar reclamando, mas com sua mãe, corria o risco de apanhar que nem criança travessa. O dia nem tinha clareado, quando Lia levantou-se e deixou a mansão, dirigindo seu Bentley para o seu apartamento. Saiu bem cedo para evitar encontrar com as pessoas da casa e os possíveis jornalistas e midiáticos que poderiam aparecer. Entrou no Condomínio, depois de se identificar na portaria. Aproveitou para avisar que não permitia a entrada de ninguém que não fosse sua advogada. Estacionou na área reservada em frente ao prédio, pediu ajuda ao porteiro para carregar sua bagagem e pegou o elevador para sua cobertura. Ao entrar em seu apartamento, largou a mala no rol, empurrou a caixa com o pé e trancou a porta. Foi até a porta dupla de vidro que saía para a varanda ampla, abriu e saiu. Chegou na mureta de proteção e inspirou profundamente o ar puro e fresco. A visão que tinha era linda, a mata sobre os morros próximos e parte da Lagoa Rodrigo
Charles era o assistente pessoal de Edson e trabalhava em todas as áreas, não diretamente com o hospital ou com a empresa. Ele saiu para resolver o que tinha para resolver no escritório e Edson ficou esperando para se encontrar com Lia. Ela chegou ao quarto e entrou sem bater, queria causar impacto com sua presença e causou. Lia! O que faz aqui? — Raquel questionou, sentando na cama rapidamente, assustada. — Que bom que chegou, querida, obrigada. — Noêmia segurou o braço de Lia e beijou sua face. — Eu prometi, então... Como ela está? — Rabugenta. — Ei! Eu estou aqui, aliás, não me sinto nada bem. — falou lentamente e deitou-se novamente nos travesseiros, parecendo quase desmaiar. Lia aproximou-se e percebeu que ela estava muito pálida. Verificou sua pulsação e viu que estava fraca, então tocou a campainha, chamando a técnica de enfermagem, que entrou no quarto, rapidamente. — Oi, o que houve? — Ela parece que não está bem, sua
Depois de falar, Lia saiu e deixou Raquel muito irritada e gritando. A técnica veio e lhe aplicou um sedativo. Ninguém queria aturar uma pessoa tão irascível. Lia enviou uma mensagem para Edson, avisando que estava livre e ele não respondeu, o que causou uma certa apreensão nela, mas nem deu tempo de pensar muito, ele apareceu em sua frente em um instante. — Cheguei! — Oh! Ela sorriu, mostrando os dentes brancos e bonitos e ele correspondeu. Os dois se fitaram por um tempo, apreciando a presença um do outro. O sorriso era recíproco, assim como o sentimento que transmitia. Edson chegou a se inclinar, quase beijando os lábios macios, mas ela, envergonhada, afastou-se, olhando para as mãos. Ele disfarçou o interesse, pois sua precipitação podia a afastar, ainda era muito cedo para ela aceitar outro envolvimento. Sem contar, que estava grávida e o marido, preso. — Desculpe se a assustei, mas confesso que fiquei por aqui, esperando você sair. — Estou ma
Ficaram compartilhando o projeto por muito tempo, até que a secretária avisou que já estava na hora do intervalo para o almoço. Edson olhou para ela e seriamente falou: — Preciso lhe contar uma coisa, mas podemos conversar enquanto almoçamos, podemos ir? — Sim, vamos. O celular de Lia avisou a chegada de mensagem, ela verificou e franziu o semblante. — Algum problema? — Minha sogra teve um ataque cardíaco e está internada. — Deve ter sido a notícia sobre o filho. O que você quer fazer, ir até lá para ver como ela está? — Não é mais da minha conta, minha advogada já está dando entrada nos papéis do divórcio e com Romão preso, não devo mais nada a ele. — E o bebê? — É deles, sou só a chocadeira! — No mesmo instante que falou, ela arrependeu-se, não era justo para com ela mesma ficar se depreciando. Edson percebeu a angústia dela por estar naquela situação e tentou consolá-la: — Não fique assim, falta pouco e tudo fic
Lia notou que ele quis mudar de assunto e achou melhor assim, não queria perder a satisfação dos momentos maravilhosos que tiveram, falando dos pecados de sua família. — Sim, você só não me disse qual é a sua família e a empresa... Ele sorriu, pois não tinha como ela não ter ouvido falar deles. — A família, meu sobrenome já diz, Macedo e a Empresa é a Conglomerados Macedo e Associados. — Oh! Agora sim você me surpreendeu. Nem sei mais como me vestir e me comportar perto de você. — Boba…claro que você vai se comportar como tem feito até agora, tem sido perfeita, estou cada vez mais, apreciando estarmos juntos. — Eu também, mas acho melhor irmos. — Sim, embora eu preferisse continuar aqui desfrutando de sua companhia. Ela sorriu e mais uma vez corou, até suas orelhas ficaram vermelhas e ele teria percebido, se não estivessem cobertas pelos seus cabelos. Nos dias que se seguiram, eles continuaram se vendo, porém não tanto quanto
As duas se surpreenderam com a atitude de Lia, não esperavam que ela fosse chegar e assumir o controle tão rapidamente. Dolores ficou agradecida, depois de tudo o que fez contra a nora, agora estava recebendo o oposto e era muito bom poder confiar em alguém. — Obrigada, filha. Como está o meu neto? — Muito peralta, não para de chutar. — Que bom, esse é o estímulo que preciso para ser forte e resistir. — Preciso do contato do advogado de Romão ou o da empresa para saber como Romão organizou tudo e ver o que precisa ser feito... Dolores percebeu que a nora chegou para colocar ordem nas coisas, tão diferente da irmã. Essa sim era a nora ideal, pena que seu filho não a conheceu antes. Margot, pegue o meu celular e passe os contatos dos advogados. Lia, o que está pensando em fazer? — Vou tentar que Romão possa trabalhar da cadeia. Pedirei ao advogado que entre com uma petição e seu assistente só precisará trazer um notebook e depois, os documentos
No nicho do pronto socorro, cercada por cortinas, ela passou pelos primeiros procedimentos para verificação do estado em que se encontrava. Edson chegou e ficou horrorizado com o que viu. — Preparem a sala cirúrgica, precisamos tirar o bebê. — ordenou a obstetra, enquanto auscultava o bebê. — Rápido gente, o bebê entrou em sofrimento. Os técnicos começaram a prepará-la e empurraram a maca em direção ao centro cirúrgico, Edson já tinha examinado seus ferimentos e notou as fraturas das costelas, mas o rosto só estava ferido superficialmente. — Vamos...cadê o anestesista? — Aqui. — Precisamos de anestesia geral, ela precisará de cirurgia, além da cesariana. Rápido. — Edson ordenou. Todo o procedimento foi muito rápido, pois o bebê estava em sofrimento e precisava liberar logo o corpo da mãe para ser restaurado. Assim que ele foi retirado, o pediatra o levou para exames, enquanto a obstetra terminava o procedimento. — Ajudem a levá-la para a ressonâ
Edson manteve contato com a psicóloga que a tratava e que lhe passou a necessidade de aguardar que a paciente ficasse completamente sã, emocionalmente. Era necessário esperar a cura. — Quero que fique boa para poder lhe mostrar esse município, é muito lindo. — Estamos na serra, não é? — Sim, em Petrópolis. O hospital daqui não é tão grande, pois a cidade também não é, mas a infraestrutura é excelente. — Já estive em Petrópolis, vários anos atrás, antes de eu ir estudar no exterior e gostei muito da cidade. — Que bom. Tenho uma casa boa nas redondezas e quero que você a conheça. Mas para isso, precisa se esforçar para ficar logo boa. Passados alguns dias, Lia teve alta e Edson levou-a para sua casa. Cláudia os acompanhou e quando chegaram a casa que ficava em um condomínio privado, com grande área de distanciamento de uma casa para outra no meio da mata Atlântica, tiveram uma surpresa. Entrando na casa, a primeira a comentar algo foi Cláud