Amara estava decidida a pagar com o próprio dinheiro. Queria que aquele presente fosse algo especial, algo só dela e de Théo. Mas a loja, o ambiente e tudo ao redor pareciam conspirar para que aquele momento ganhasse outra proporção.
Gostara demais da roupa — uma peça delicada e ao mesmo tempo elegante, perfeita para o pequeno Théo. Pensar que algo tão cuidadosamente escolhido pudesse acabar nas mãos de alguém como Carol Merdian era desconfortável demais para ignorar.
Respirando fundo, Amara tirou da bolsa o cartão preto que Pitter lhe entregara dias antes. Relutante, apresentou-o à vendedora.
O silêncio foi imediato. A movimentação da loja cessou por alguns segundos. A vendedora, experiente, logo reconheceu o símbolo dourado no canto superior do cartão. Seus olhos brilharam com respeito.
Carol e Patrícia, que observavam de longe, congelaram. Elas sabiam o que aquilo significava. Mesmo sem nunca terem segurado um exemplar real, o cartão preto era lendário: o "Rei das Cartas", como os t