Na segunda casa dos Riddel, o Palácio de Diamantina, parecia mais frio do que imponente naquela noite. Assim que Amara cruzou a porta, foi recebida por uma voz firme — e familiar demais.
— Voltou tarde. Foi a um encontro? — perguntou Pitter, sem alterar o tom indiferente, como se falasse do clima.
Ela fez uma careta cansada e forçou um sorriso irônico.
— Nossa, obrigada por me lembrar... Encontrei uma pessoa especialmente irritante. Acabei me perdendo na conversa.
O tom dela era ácido, mas cansado. E não havia nenhum traço de euforia no olhar, o que fez Pitter relaxar discretamente os ombros. Sem comentar mais nada, ele virou-se para a cozinha e soltou:
— Deixei o jantar na mesa. Coma depois do banho.
— Na verdade, posso preparar alguma coisa rápida... — murmurou Amara, sentindo-se levemente constrangida com o gesto inesperado.
— É só mais um lugar posto. — ele respondeu, já de costas.
— Certo, tudo bem então.
Assim que ele sumiu no corredor, ela girou a chave da porta com certa pressa