O som da campainha me arrancou daquele sonho quase improvável - mas era real. Estava acontecendo. Eu sabia disso porque meu corpo ainda ardia, colado ao dele, sentindo o gosto daquele beijo urgente, desesperado, como se o mundo estivesse prestes a acabar. Meus lábios ainda tremiam, e o rosto queimava de vergonha. Eu... eu tinha acabado de beijar meu chefe.
Não - ele me beijou. Foi ele.
E por que eu disse tudo aquilo? Eu não devia ter falado nada. Será que ele entendeu errado? Ou será que eu é que estou entendendo tudo errado agora?
Mas não - ele disse. Ele disse que eu era a única que ele realmente desejava. Me beijou. Foi real. Não é loucura.
Droga. O que eu vou fazer agora?
Ele tossiu ao se afastar, nervoso, desviando o olhar como se também não acreditasse no que acabara de acontecer.
- Me perdoe... acho que exagerei - murmurou, visivelmente constrangido.
Eu, igualmente perdida, ajeitei o cabelo, tentando recuperar o mínimo de dignidade.
- Eu... vou atender a porta - disse, quase su