emma aquela manhã estava sendo estranha pelo fato do meu chefe está agindo calmamente e educado, como se no dia anterior ela não tivesse mudado, completamente, de personalidade, depois do café. Claro, ele poderia está pegando leve por conta do que aconteceu no escritório. Contudo, no geral, Noah me deixou confusa de muitas formas. era até sufocante, pensando no que se passava em sua cabeça. No carro, o silencio era ensurdecedor. Eu nem queria respirar, para não gerar alguma irritação nele, achando que, novamente, ele mudaria. Contudo, fiquei surpresa quando foi ele quem começou uma conversa. - Então – Apertei os punhos, como se já esperasse algo ruim. Ou ele apenas me lembraria de algum compromisso inesperado. – Sei que não é da minha conta – E por aí eu já sabia que vinha alguma pergunta desconfortável. – Mas, aquele babaca não faz ideia que tem uma filha com você? Ok. Eu não estava esperando por isso. Suportaria qualquer grosseria, vinda dele, contudo, essa pergunta? Pigarrei
Quando eu recebi aquela mensagem, fiquei paralisada. Meus olhos corriam pelas palavras, lendo e relendo, como se, ao repetir, pudesse mudar o significado. Mas não mudava. O peso daquela realidade caiu sobre mim como um soco no estômago.Eu não conseguia pensar direito, sequer respirar de forma estável. Apenas levantei.Meus dedos estavam trêmulos enquanto reunia minhas coisas às pressas, enfiando tudo dentro da bolsa de qualquer jeito. O zíper enganchou na borda, e um xingamento escapou dos meus lábios. Minhas pernas fraquejaram, mas eu segurei firme na beira da mesa. Não era a hora de desmoronar.Não agora.Engoli em seco, puxei o ar e forcei meu corpo a se mover. Eu não podia me dar ao luxo de hesitar.Mal percebi quando as lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto, quentes e silenciosas, enquanto meu peito afundava em desespero. Meus passos estavam incertos, como se o chão estivesse longe demais, como se meu corpo já não me obedecesse.Eu nem sabia como chegaria em casa. Só cons
A sala era pequena, mas não acolhedora. A luz amarelada do lustre lançava sombras duras nas paredes bege, criando um jogo de luz e escuridão que refletia perfeitamente a tensão no ar. A mobília era simples-um sofá escuro, uma mesa de centro com marcas de uso, estantes baixas com livros desarrumados. Mas nada daquilo importava. O ambiente parecia menor do que realmente era, sufocante, porque a presença dele tornava tudo mais pesado.Eu podia ouvir minha própria respiração, profunda e descompassada, enquanto tentava conter o impulso de atravessar a sala e esmagar o rosto daquele desgraçado contra a parede. Meus punhos já estavam cerrados, os músculos do meu corpo retesados como se tivessem sido programados para atacar.Ele estava ali, diante de mim, com aquele maldito olhar de deboche, como se realmente achasse que eu não faria nada. Como se acreditasse que podia tocá-la, ameaçá-la, sem consequências. Eu havia avisado. E eu não costumo fazer ameaças vazias.Ela estava ao lado, um pouco
O silêncio entre nós era denso, carregado de tudo o que não sabíamos como dizer. A sala ainda parecia impregnada pela presença indesejada daquele homem, e a mentira que Noah inventou pairava entre nós, sólida como se tivesse raízes. Minha avó e Jéssica tinham fugido para a cozinha, talvez para ocupar as mãos e esconder a tensão nos gestos, mas eu continuei ali, sentindo o peso do momento, do olhar dele sobre mim. Quando Noah me chamou pelo nome, sua voz me atingiu como um puxão suave de volta à realidade. Meus olhos o encontraram, fixando-se nos detalhes que, de alguma forma, eu nunca havia notado tão de perto. O brilho intenso das íris, os cílios longos que realçavam a profundidade do seu olhar, a curva firme da boca moldada com precisão, e a barba rala que parecia o toque final de um quadro meticulosamente desenhado. - Peço desculpas, novamente. - Ele quebrou o silêncio, sua voz levemente rouca, carregada de hesitação. - Eu não deveria ter me... sei lá... envolvido e criado essa hi
Era um absurdo eu aceitar aquele convite inusitado. Onde já se viu uma secretária, recém-contratada, morar com seu chefe?O que as pessoas vão falar, se descobrirem?Ainda estou atordoada com tudo o que aconteceu. Minha vida deu um salto enorme de um dia para o outro, me deixando tonta, sem saber como consertar as coisas. Noah me salvou. Isso eu lhe agradeço. Jamais imaginei que ele, um homem tão reservado e estranho, pudesse me ajudar dessa forma.Noah Novack conseguiu mudar completamente minha percepção sobre ele e... isso mexe comigo. Não sei explicar. Como, de uma noite para outra, ele saiu de chefe arrogante para um verdadeiro cavalheiro? Um lorde, aos meus olhos. Atencioso, cuidadoso.E então Patrick apareceu na minha casa.Por um momento, achei que meu segredo estava prestes a ser revelado. O pavor travou minhas pernas. Se ele já estava sendo um babaca só por me reencontrar, o que faria ao descobrir que temos uma filha?Mas lá estava Noah. Se colocando entre nós, protegendo-me
Acredite, eu não faço ideia do que estou fazendo. As coisas acontecem tão rapidamente. Eu não consigo controlá-las. Não consigo controlar nem mesmo o que faço ou digo. Isso nunca aconteceu antes. Eu sempre fui bom em manter tudo sob controle. O mundo à minha volta. Mas foi só Emma entrar na minha vida que tudo isso mudou.Era irritante e, ao mesmo tempo, bom.Todas as vezes em que estávamos próximos. Quando eu olhava em seus olhos cristalinos, quando ela parecia um anjo na minha frente. Meu instinto era protegê-la. E foi exatamente o que eu fiz. Todas as vezes em que aquele idiota se aproximava dela. E agora, ainda mais.Convidá-la para ir à minha casa? Foi inusitado. Até para mim. Os mais próximos diriam que estou ficando louco. Eu mesmo acho que estou. Mas o problema é que... eu estou gostando dessa loucura.Eu não sabia como ia reorganizar minha vida depois disso. Levar essa mulher para minha casa. Com uma criança. E agora, ali estava eu, segurando Aurora nos braços.Quando a vi na
Eu não conseguia conciliar as duas versões do homem à minha frente. Noah e meu chefe. Era como se fossem duas pessoas distintas presas na mesma casca, coexistindo em um espaço que minha mente não conseguia separar. Eu queria vê-los como entidades separadas-Noah, o homem cuidadoso e doce que fazia meu corpo inteiro reagir, e meu chefe, o profissional sério que certamente odiaria estar envolvido nessa situação. Mas lá estavam eles, juntos, impossíveis de apartar, e isso me deixava completamente confusa.Como eu poderia simplesmente decidir quem ele era para mim? Como separar o homem que mexia com a minha cabeça daquele que assinava os meus pagamentos? Eu não sabia. E agora, aqui estou, respirando com dificuldade dentro deste carro, percorrendo as ruas de Nova York até sua casa. A casa enorme, protegida, de três andares, onde antes eu mal me atrevia a passar da sala e da cozinha. Agora, ficaria nela por tempo indeterminado, e nada nisso parecia certo.Noah era solteiro. Meu chefe era sol
O quarto era enorme, cheio de detalhes que exalavam uma elegância que, em circunstâncias normais, nunca faria parte da minha vida. Mas nada era normal agora. A verdade é que essa situação estava me sufocando, como se, a qualquer momento, algo ruim fosse acontecer novamente. E, dessa vez, Noah não estaria do meu lado.E, no entanto, aqui estou eu. Na casa dele. Não como sua secretária.Ele insistiu para que eu ficasse aqui até que a obsessão do meu ex passasse e ele me deixasse em paz. Foi uma decisão dele, tomada sem hesitação, como se fosse natural assumir esse problema para si. Eu deveria me sentir aliviada, grata até, mas tudo isso... esse cuidado, essa preocupação, mexia comigo de uma forma que eu não sabia explicar.Era como se eu estivesse resistindo desesperadamente a algo, e esse algo-ou melhor, ele-fizesse de tudo para quebrar cada barreira que eu ergui, forçando passagem até a parte mais vulnerável de mim. Era um sentimento idiota. Eu sabia disso.Ele era meu chefe.Não nos