Não notei que estava falando alto e suspirei. O que aquele homem falava parecia surreal.
- Mas isso é impossível! – sussurrei para ele. – Ninguém daqui te roubaria.
- Está falando por todos? Não lembra o que aconteceu ainda há pouco?
- Eu lembro, mas... – gaguejei e ele interrompeu com voz dura.
- Porque defende quem te humilha? Ficou óbvio para mim que eles não te queriam por perto.
- Sim, mas o modo como eles agiram comigo não tem nada a ver com o roubo de sua empresa.
- Talvez. – Ele coça o queixo. – Eu vim para cá com um único objetivo e vou cumpri-lo. Vou recuperar o que me foi roubado.
- Deixando todas aquelas pessoas desempregadas? – olhei-o incrédula. – Essa é a sua maneira de fazer justiça.
- Porque se importa com eles?
Quis mata-lo. O sangue corria por minhas veias e me esforcei para controlar a minha fúria. Rafael não era o tipo de homem que fazia escândalos, mas não se importava em provocá-los.
Podia não gostar dos meus colegas de trabalho, porém não desejava o mal a eles.