O amor não é feito de aparências. Para fugir da vergonha de ser considerada uma conquista fácil, Juliana Ribeiro adotou o trabalho como modo de consolo. Em seu mundo nada perfeito, jamais imaginou que sua vida mudaria totalmente através de um pequeno acidente em uma lanchonete. Rafael Novaes tinha tudo o que desejasse. Dono de uma das maiores empresas de publicidade do Brasil, viajara a Sergipe à negócios, mas isso não o impediu de observar sua empregada a distância e ver o seu potencial. Mas os rótulos que ela colocou entre eles não permitiu que ele se aproximasse. Rafael propõe a Juliana um relacionamento diferente, tudo o que ela precisava fazer era ser sua acompanhante em alguns eventos e em retribuição, a ajudaria a crescer em sua vida profissional. Sem laços emocionais. Mas o que ambos não sabiam é que no coração não se manda. "Seja minha baby por um mês e vou te dar tudo o que merece." Um Amor Inesperado - Livro 1 Um Amor Perigoso - Livro 2 (EM BREVE)
Leer másNada como viver um dia de cada vez.
Eu não tinha muito que reclamar da minha vida, já que a mesma realmente era uma droga. Sempre mantive a cabeça no lugar e procurava resolver meus problemas da melhor forma possível, apesar de muitas vezes ser feita de trouxa. Nessa hora, deveria estar trabalhando em meu projeto, mas ao contrário do que eu queria, vim ajudar uma amiga na lanchonete onde trabalha. Ficar devendo favores aos outros é uma droga. O favor em questão era em uma pequena lanchonete gerenciada pela carismática Emília Souza, uma senhora de idade que sofre de artrite reumatoide, uma doença inflamatória crônica que afetou as articulações de suas mãos e pés, causando um inchaço doloroso. Comovi-me com essa senhora, principalmente por ter que lidar com pessoas sem responsabilidades. Deixei-a anotando os pedidos enquanto eu preparava e entregava os mesmos para os clientes. Depois de lavar mais uma remessa de louça suja, apoiei o rosto em uma das mãos com um suspiro. As chances de ser demitida do trabalho estavam contra mim, que já estava por um fio, justamente por me recusar a fazer trabalhos dos outros. Além de ser gorda, o que era ainda mais humilhante, possuía um problema na perna. A Novaes Corporation sempre fora uma empresa de altos padrões estéticos e ter uma gorda trabalhando com os demais era um absurdo. Lembrei-me da cara do meu chefe ao ver meu manequim n°44 e meus óculos, fora a cicatriz em meu braço esquerdo, mas eu fui a mais qualificada e ele não teve alternativa além de me contratar. Em contrapartida, fui isolada dos outros e colocada em um pequeno depósito cheio de mofo e um computador velho. No começo fiquei chateada, mas com o tempo agradeci a atitude dele. Ficar o tempo todo olhando para as cobras se atacarem verbalmente me dava repulsa. Suspirando novamente, abri os olhos e olhei para mim mesma no espelho, sem entusiasmo. Meu cabelo castanho estava preso em um coque alto, vestia roupas amassadas e tinha um olhar abatido. Andar pelas ruas e ver as pessoas me olharem com pena, rindo de mim ou se metendo em minha vida, me irritavam bastante e ser solteira então. Voltei à realidade ao ouvir alguém me chamar: – Juli. Voltando meu olhar para a senhora que me chamava, abri um sorriso cansado. – Senhora!- respondi. Meus pais me educaram assim e chamar uma pessoa mais velha de você é uma falta de respeito com eles. – Não precisa me tratar com tanta formalidade – Ela sorri pra mim. – O movimento da lanchonete está grande hoje, poderia me ajudar a atender as mesas? – Claro. Ela balançava a cabeça ao se afastar e isso me fez sorrir. Respirei fundo, peguei o bloquinho de notas e saí da cozinha para atender os clientes. A lanchonete era bem localizada na avenida principal do meu bairro, mas fazia tempos em que não lotava com tanta gente. Isso me fez sorrir e agradecer a Deus pelo dia lucrativo que Emília teria pela frente. Os minutos foram passando e mais pessoas entraram, comecei a me preocupar com o horário, pois às 10h eu teria que ir para o trabalho e aquela folgada não tinha chegado ainda. Eu sabia que Emília não daria conta sozinha se o movimento continuasse desse jeito, mas não poderia ajudar a pobre senhora por mais tempo. Retirando meu celular do bolso, decidi ligar para ela na esperança de que ela já estivesse a caminho, porém não obtive resposta. Mandy sempre teve essa mania, até parece que não tem despertador em casa. Mas isso não me surpreende pelo simples fato dela sempre se atrasar. Ser pontual nunca foi seu forte. Um movimento na entrada da lanchonete despertou minha atenção, não apenas pelo carro luxuoso que acabara de estacionar ali na frente, mas também o homem de terno que saiu de dentro dele. Parecia um ator de Hollywood esbanjando poder e provocando suspiro nas mulheres do local. Reviro os olhos por um momento e dou as costas para o homem, retornando para atender as mesas sem demora e incomodada por sentir que alguém me observava. Mandy entrou correndo e me derrubou no chão, fazendo com que o suco de manga que eu estava levando para uma senhora idosa virasse sobre mim. – Mas que... – Ignorando as risadinhas e vaias, olhei a jovem. – Que droga, Mandy! – Desculpinha, Juh. – Ela sorriu para mim e me ajudou a levantar. – Precisei me atrasar um pouco. – E deu de ombros, como se não fosse nada. 'Que maravilha', pensei olhando com tristeza a minha roupa de trabalho machada de suco. O pior disso tudo foi lembrar que não tenho tempo para ir a minha casa e trocar de roupa. Os murmúrios continuavam e eu fiquei impaciente ao notar como a Mandy babava pelo Sr. Engomadinho. Mandy era o tipo de pessoa que eu jamais seria: popular, carismática e namoradeira. Seus cabelos ruivos brilhavam quando passava pela rua e atraia a atenção dos homens. Com o corpo perfeito digno de uma top model, sempre conseguia tudo o que queria. Se você é gordinha e busca sair com um cara legal, não é recomendado levar Mandy Oliveira junto. Hoje, ela vestia um top rosa e um short minúsculo com o cabelo preso em um rabo de cavalo, com brincos chamativos e um quilo de maquiagem na cara. E o momento não podia ser mais propício, pois o homem vinha em nossa direção a passos lentos. Mandy apressou-se a ir até ele e eu voltei para dentro da cozinha para tentar diminuir o estrago que ela causara. As chances de perder o emprego por causa desse acidente se alarmaram em minha cabeça e resmungando, retirei a blusa branca e mergulhei dentro da pia. Esfreguei-a varias vezes e quando me dei por satisfeita, tirei o excesso da água. Vestindo-a molhada, fiz uma careta por ela colar-se ao meu corpo como uma segunda pele. - É isso ou nada. - digo, determinada a não me irritar. Odeio ser o centro das atenções e quando sai da cozinha, senti o peso dos olhares que caiam sobre mim enquanto eu percorria a lanchonete à procura do meu blazer. De relance, observei Mandy jogar seu charme para o estranho, mas falhando miseravelmente. Ignorei-os e continuei minha busca. Tinha certeza que o havia deixado em algum lugar por aqui. Estava tão focada que não percebi alguém atrás de mim.São Paulo. — Não acredito que Rafael está noivo. — comentou, olhando distraidamente para a janela. Evan, que estava do outro lado da linha, riu com empolgação. — Concordo. Juliana é totalmente fora dos padrões dele, mas como se tratava de uma paixão antiga, admito que eles dois ficam bem juntos. O homem cerrou os dentes. Rafael, Rafael... tudo era Rafael... Aquele idiota tinha que estragar tudo, perseguindo uma mulher que nem bonita era. Estava sozinho agora e não precisava fingir seus sentimentos. Graças a tudo isso teria que reorganizar seus planos e como David estava preso, teria que viajar para aquele lugar imundo para arrumar a bagunça. Anos de preparativos jogados pela janela por causa de uma mulherzinha qualquer. — Ah... — Evan continuou. — Aquela loira gostosa está ajudando Rafael a respeito da fraude. —Sério? — sua voz soou perigosamente baixa. — Pensei que Márcia estava dando problemas. — Estava, mas as coisas foram resolvidas. Queria matar alguém naquele momento
Meu coração palpitou. Todas as vezes que vim ao seu quarto, nunca notei que tinha um espelho tão grande e tomava uma parte da parede. Minha garganta ficou seca e passei a língua entre os lábios secos. Rafael cerrou os olhos, mas podia sentir o quanto ele queria isso. A expectativa do que ele queria fazer me deixou ainda mais molhada. — O que vai fazer? — sussurrei. Seus lábios se curvaram em um sorriso malicioso ao aproximar, seu terno branco polido captando a luz fraca da sala. O tecido se agarrava a seus ombros largos e afunilava seu corpo musculoso, as linhas nítidas acentuando sua presença dominante. Ele inclinou a cabeça, seus olhos brilhando com uma mistura de diversão e fome enquanto percorria sobre meu corpo nu refletido no enorme espelho. O ar pareceu espesso, carregado com o calor que irradiava dele. — Quero que veja com seus próprios olhos como se desmancha de prazer em meus braços. — respondeu com a voz baixa e rouca. Ele estendeu a mão, seus dedos roçando levemente ao
Era tarde quando retornamos para casa. Sônia e Mauro decidiram não voltar conosco, preferindo ir para a casa de Erick. Evan, por outro lado, decidiu ir para um hotel. Todos eles pareciam estar tramando para que ficássemos sozinhos. — Teve muito trabalho para preparar tudo aquilo? — perguntei quando chegamos ao quarto. Ele sorriu e me abraçou por trás, beijando carinhosamente meu pescoço. Um arrepio percorreu minha espinha e senti seu sorriso em minha pele. — Na verdade não. A única coisa que me afetou foi ter ignorado você durante esse período. Seu amigo me disse que você era capaz de arruinar surpresas, então tive medo que você descobrisse. — e girou-me em seus braços, para olhá-lo. — Eu queria te surpreender. — E conseguiu, meu amor. — passei a mão em seu rosto. — Na verdade, você é o primeiro a conseguir tal feito. Rafael alargou o sorriso, feliz com minha declaração. Me guiou para a cama e me deitou sobre a mesma, subindo na cama em seguida. Meu coração acelerou quando el
A noite transcorreu tranquilamente e eu não podia estar mais maravilhada. Nossos amigos conversavam entre si aos risos enquanto a comida maravilhosa do bufê era servida. Todos conseguiram esconder as coisas de mim com maestria e conseguiram me pegar de surpresa. Olhei para o homem charmoso ao meu lado, que segurava minhas mãos com amor e eu não pude me sentir mais feliz. Rafael encontrou meu olhar e meu batimento cardíaco aumentou. Um leve rubor tomou minhas bochechas e ele começou a rir, deu um beijo em meu roso e sussurrou: — Gostou da surpresa? Sua voz era profunda, rouca e sensual. — Isso foi muito além do que eu esperava. Tudo está perfeito. Ele sorriu, mas não respondeu. Levou minha mão aos lábios e depositou um beijo gentil, a mesma mão que colocara o anel. Seu beijo era cheio de promessas e isso não impediu que eu me mexesse na cadeira. Rafael arqueou a sobrancelha e quando se inclinou para me beijar, Erick o interrompeu com uma risada. — Vocês terão todo o tempo do mun
Não demorei muito no banho, mas passei tempo o bastante para ficar totalmente limpa. Não fazia ideia que estava tão suja e cansada. O banho me ajudou a tirar a tensão que estava sobre meus ombros e relaxar um pouco. Enquanto caminhava até a sacola com as roupas que Mandy me entregou, pensei nas minhas atitudes em relação a Rafael. Ele tinha o direito de permanecer em silêncio. Talvez suas preocupações fossem tão grandes que não queria me chatear com elas. Apesar dessa atitude me irritar, depois de extravasar minha frustração na lanchonete, consegui ver com clareza. Rafael não era de me esconder as coisas, não a maioria, pelo menos. Se for algo relacionado a mim, em algum momento ele iria me falar, certo? Tudo o que podia fazer era esperar. Abri a sacola e franzi o cenho. Que roupas eram aquelas? A lingerie era extremamente sexy, não era algo que eu usasse sem me sentir incomodada. Corri a mão pela calcinha pensando no olhar que Rafael faria ao me ver nela. Meu corpo corou e balance
Alguns dias se passaram e o clima entre Rafael e eu não mudou muito. Ele continuava evitando algumas perguntas minhas, porém, me dava um pouco mais de atenção. Os hematomas daquela noite sumiram gradualmente e agora eram apenas pequenas manchas amarelas, o que era um alivio, pois via Rafael se culpando pelo que aconteceu. Seu ‘amigo’ permaneceu na casa de Rafael e foi algo no mínimo incômodo. Estava consciente de seus olhares em mim e esforcei-me para o ignorar. Eu poderia estar errada com minhas suspeitas, mas precisava ter certeza que ele não era uma ameaça a Rafael ou a qualquer um de nós. No dia seguinte à conversa do escritório, meu namorado sugeriu que passássemos um tempo juntos. A justificativa dele era que eu precisava conhecer seu amigo para poder criar meu próprio julgamento. Evan apenas permaneceu quieto, escutando as palavras de Rafael com um olhar debochado. Fiquei tentada a recusar, mas isso não era uma opção, segundo ele. Passei os dias ‘passeando’ com Evan, apresen
Último capítulo