DEZESSETE

No dia seguinte cheguei um pouco mais cedo à casa de Rafael. Abracei a pasta que trouxe comigo contra o corpo para afastar o frio da manhã. Embora fosse verão, o céu estava nublado e pequenas gotículas de chuva caíram sobre a cidade.

Toquei a campainha e esperei com paciência alguém me atender. Algumas pessoas passavam apressadas para escapar da chuva e por falta de atenção uma delas esbarrou-se em mim. Eu não estava preparada para o impacto, meu corpo doía pelo esforço de ontem. Só tive certeza do que estava acontecendo quando me vi no chão. Com a queda, senti uma ardência em meu cotovelo e tive a certeza que meu blazer rasgara.

Felizmente minha pasta continuava intacta, já que estava colada ao meu corpo. Levantei do chão e abafei um gemido de dor. A planta do meu pé doía muito, o suficiente para me fazer mancar mais do que antes. Apoiar o pé no chão estava difícil, mas como não me atendiam pelo portão da frente, teria que chamar pela garagem. O problema era seria a volta que eu fari
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