CAPÍTULO 132

NICOLE

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Eu não conseguia parar de olhar para meu pai enquanto ele dava um passo hesitante em minha direção. Era como se o tempo tivesse congelado, e todos os momentos de dor e mágoa que vivi desde a nossa última conversa voltassem como um filme, mas desta vez com uma nova perspectiva.

Seus olhos estavam marejados, e ele parecia menor, mais frágil do que eu me lembrava.

— Minha filha…

Ele começou, a voz rouca e trêmula.

— Eu… eu não sei por onde começar.

Sua hesitação me atingiu em cheio. Durante tantos meses, sonhei com esse momento, imaginei o que ele diria, o que eu diria, mas diante dele, eu só conseguia ficar em silêncio, tentando absorver tudo.

Ele respirou fundo, como se precisasse reunir todas as forças que tinha.

— Eu errei com você, Nicole. Errei de tantas maneiras que nem sei se tenho o direito de pedir perdão.

As lágrimas começaram a escorrer dos meus olhos, silenciosas, mas pesadas. Ele continuou:

— Eu cresci em uma família dura, filha. Me ensinaram que o mundo é pre
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