Capítulo 8
Henrique não pretendia atender, mas algo o fez pressionar o botão e ligar o viva-voz.

— Bom dia, Sra. Lívia. O terreno no cemitério que a senhora escolheu ainda está disponível. Com apenas 5% de sinal, garantimos a reserva.

— Sra. Lívia? Alô?

A palavra "cemitério" o atingiu como um soco.

A voz dele tremeu:

— Então... eu não tinha ouvido errado...

— No dia em que ela pediu a cremação... já estava escolhendo seu túmulo.

Carlos estava ficando lívido, os lábios se movendo em um sussurro rouco:

— Ela realmente estava se preparando para partir... Não comprou o terreno só porque não tinha dinheiro...

E então se desmanchou em lágrimas.

Carlos arrancou o celular das mãos dele, quase gritando:

— Eu quero esse túmulo! Reserve agora mesmo!

— Devemos tanto a ela. É o mínimo que podemos fazer.

Eles decidiram levar meu corpo para casa.

Foi quando a Adriana, até então em silêncio, falou com firmeza:

— Não vou deixar vocês levá-la.

Henrique escureceu. Se aproximou com passos pesados:

— Ela é minha espo
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