Adriana não pareceu surpresa quando os viu na porta. Nem sequer ergueu os olhos.
Carlos já estava no limite. Se aproximou num impulso e agarrou o colarinho dela:
— Onde está minha irmã? O que fez com ela?
Henrique o afastou num gesto seco, a voz contendo desespero:
— Perdão... a minha esposa, Lívia, está aqui? Sou o marido dela. Precisamos resolver algumas coisas, frente a frente.
Ela os encarou em silêncio, com frieza, e depois os levou adiante.
Atravessaram corredores silenciosos. A cada porta que se abria, o ar ficava mais pesado.
Até chegarem ao refrigerador.
Um cadáver sob um lençol branco repousava ali.
Eles paralisaram.
O tempo pareceu congelar.
— Isso... tá de brincadeira? — Carlos avançou, arrancando o tecido. O rosto dele descorou num segundo.
Recuou cambaleando. Seus olhos se encheram de lágrimas que escorreram sobre meu peito frio.
— Lívia... Isso é brincadeira, né? Diz que é brincadeira!
Henrique ficou imóvel por um instante. Quando finalmente andou até mim, seus passos pa