Melissa olhava para o nada. Sentada num Café em Manhattan, puxava a cordinha do saquinho de chá submerso em água quente. O movimento rítmico e vagaroso da mão da loira era vago e não significava nada. Não pensava, também, em nada. Olhando o nada, movimentando nada e pensando em nada. O Café estava vazio devido à chuva que caía lá fora levemente, pintando uma Nova York triste e alagada num fim de tarde. Poético.
Ela não sabia ao certo se tinha sido demitida ou se pedira demissão da Kernel Publicidade. A realidade é que Melissa estava desempregada há algumas semanas e não voltara mais na agência. Entretanto, a beleza distinta e o corpo escultural garantiram à loira o pagamento de todas as dívidas que tinha e ainda sobrara alguma grana para viver por vários meses. Recebera várias propostas de emprego – a maior parte como secretária de diversos CEOs pervertidos de empresas importantes – e convites para eventos que lhe garantiram mais uma boa grana, além de ficar conhecendo algumas celebri