Eu sabia que, assim que Carlos saísse da detenção, ele viria atrás de mim para acertar as contas, talvez até com vingança em dobro. Já estava preparada para enfrentá-lo.
— Você é reincidente em traição. Como pode dizer que eu te incriminei? Além disso, quem te denunciou foi sua mulher e seu filho. O que eu tenho a ver com isso?
— Se você não tivesse contado para a Isabela, ela nunca teria descoberto! — Gritou Carlos.
— Sr. Carlos, agora o senhor está sendo injusto. Afinal, ela é minha madrasta. Se dedicou tanto para me criar e educar. Ser grata é uma virtude, não é? O senhor deveria me elogiar por isso. — Respondi, com uma ironia ácida, sentindo uma satisfação inesperada ao provocá-lo.
Carlos ficou ainda mais furioso:
— Sua língua é afiada como uma navalha! Você é uma víbora, cheia de veneno! Se eu soubesse que seria assim, teria estrangulado você no dia em que sua mãe te deu à luz!
Que tipo de pai diz algo assim? Aquelas poucas noites na detenção foram uma punição leve demais para ele