A água morna escorria pelo meu corpo, e eu me surpreendi, incapaz de evitar um leve tremor. Ele falou baixinho, com uma voz rouca diferente do habitual:
— Levante um pouco as mãos, assim você evita que a água fique batendo direto nelas.
Eu virei de costas para ele, sem precisar encará-lo, o que me deixava um pouco mais à vontade. Suas mãos quentes e firmes, junto com a água morna, passavam pelo meu corpo com cuidado, quase com uma devoção. Ele era meticuloso, gentil e respeitoso.
Mas eu podia sentir que ele estava lutando contra seus próprios desejos. Seu autocontrole era evidente, enquanto meu coração disparava cada vez mais rápido. Uma onda de calor e desejo percorreu meu corpo, e, por um instante, eu apenas quis virar e abraçá-lo.
Que tudo o que tivesse que acontecer, acontecesse agora!
Mas antes que eu encontrasse coragem para isso, o som da água parou, e sua voz rouca e abafada soou atrás de mim:
— Pronto. Agora vou te ajudar a secar.
Uma toalha macia envolveu meu corpo, e eu trem