Eu fiquei parada ali, olhando para a silhueta alta e imponente de Jean. Apesar de estarmos a poucos metros de distância, parecia haver entre nós um abismo intransponível. Eu entendi, naquele instante, que Tânia havia tomado a decisão certa, ao menos para os seus objetivos.
Embora ela não tivesse me causado nenhum dano físico, conseguiu plantar uma semente de desconfiança na família Auth. Talvez, no fundo, a Sra. Auth já tivesse me rotulado como alguém que trouxe problemas e má sorte para quem estava ao meu redor.
Jean terminou a ligação e voltou, chamando-me para entrar no carro. Eu continuei parada e disse:
— Pode ir para casa. Aqui é fácil pegar um táxi, não precisa me levar.
Eu não queria incomodá-lo, forçando-o a me deixar em casa e, depois, fazer o trajeto de volta. Isso só atrasaria ainda mais seu retorno, e provavelmente a Sra. Auth estaria esperando ansiosa por ele.
Jean franziu levemente a testa e respondeu:
— Não tem pressa, eu te levo primeiro.
— Não precisa de verdade. — In