Logo pela manhã, Jean me ligou:
— Você tem certeza de que não quer que eu te leve? Sua perna ainda está incomodando para andar.
Na noite anterior, eu havia contado sobre o julgamento para ele. Não queria que ele fosse até minha casa e não me encontrasse, acabando por me culpar por não avisá-lo antes.
— Não precisa. Esse tipo de ocasião é melhor você evitar. Chamei umas amigas para me ajudar, elas vão comigo. — Respondi.
— Tudo bem, fico esperando notícias suas.
— Certo.
Assim que desliguei, a campainha tocou. Era Bela e Tatiana, que haviam chegado. As duas trouxeram uma cadeira de rodas, dizendo que seria mais prático para me locomover. Era a primeira vez que eu sentava em uma cadeira de rodas e era empurrada por alguém. A sensação era curiosa, para dizer o mínimo.
No entanto, o que eu jamais poderia imaginar era que Davi também apareceria no tribunal... em uma cadeira de rodas! Ele parecia realmente debilitado.
Quando nos encontramos, a cena era tão absurda que eu quase ri da ironia.