— Sim, essa história é longa...
Suspirei, sem jeito, antes de começar a contar, de forma resumida, como Carlos havia enganado minha mãe anos atrás, apropriado-se dos negócios dos meus avós maternos e, mais recentemente, fingido boa vontade ao devolver as ações que pertenciam à minha mãe, apenas para me atrair para a armadilha que ele preparou com tanto cuidado.
Jean ouvia tudo com uma expressão séria, franzindo a testa várias vezes. Seus olhos, fixos em mim, carregavam uma mistura de compaixão e indignação. Quando terminei, ele perguntou, incrédulo:
— Ele é mesmo seu pai biológico?
— É, sim. — Rspondi com um sorriso sarcástico e indiferente. — Dá para acreditar que um pai pode ser tão cruel com a própria filha? Pois é, essa é a realidade. No fundo, ele preferia que quem tivesse morrido fosse eu, não a Clara.
Jean balançou a cabeça, desaprovando, e murmurou em um tom grave:
— Um homem assim vai pagar caro por tudo isso.
— Talvez. Mas mesmo que Deus não o puna, eu não vou d