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Capítulo 2 - Primeiras impressões

– Vamos, precisamos nos apressar ou vamos perder o treinamento de campo!

Ainda com um sorriso ele me guiou puxando minha mala edifício a dentro enquanto eu pensava em mil e uma maneiras de investir em outra carreira que não fosse no militarismo sem meus pais quererem me deserdar da família.

Chegando em um prédio anexo ao principal, o sargento de sotaque indiano me apontou uma porta dupla no fim do corredor.

– Esse é o nosso dormitório.

Comentou e eu pisquei confusa.

– Você também é dessa força tarefa?

Perguntei surpresa e ele afirmou, confirmando os rumores de que realmente haviam estrangeiros naquele time que eles haviam formado.

Assim que o Sargento Vishal abriu as portas eu pude ver duas beliches de aço e uma cama separada embaixo da janela, todas as camas tinham plaquinhas de identificação penduradas.

[Subtenente D.Zervas]

Dizia a primeira cama onde um homem aparentemente alto e de cabelos escuros lia algum livro motivacional tampando seu rosto.

[2° Sargento R.Vishal]

Aquela cama abaixo do Subtenente era com toda certeza daquele indiano ao meu lado.

Na outra beliche estavam respectivamente de cima para baixo:

[3° Sargento C.Ricci]

Cama essa onde estava apenas uma bagunça enorme sobre a mesma, me fazendo duvidar se realmente um militar dormia alí.

[Capitão D.Zervas]

A cama estava vazia, mas perfeitamente arrumada, o lençól tão esticado que creio que se eu jogasse uma moeda ali ela quicaria para fora da cama.

– Ué, eles tem o mesmo nome?

Apontei para a cama onde aquele cara estava deitado e para a cama do suposto Capitão, então esperei ouvir a resposta do Vishal, mas ouvi uma voz grave dizer.

– Ele é meu irmão.

Seguindo a direção da voz, percebi ser pertencente ao único que estava no quarto além de nós.

Ele deixou o livro de lado e pulou de sua beliche com facilidade.

Vendo-o de perto, ele parecia muito maior e bem mais bonito.

Algo quase que hipnotizante, eu diria.

De maxilar marcado, feições simpáticas e olhos escuros como seu cabelo curto, ele fez uma continência preguiçosa se apresentando.

– Meu nome é Damon Zervas. Subtenente dessa equipe.

Sorrindo simpático ele se apresentou e eu, inevitavelmente sorri também, percebendo que talvez não fosse tão ruim assim aquela ideia de dormir no mesmo quarto que alguns homens.

O que foi? Eu precisava de algo para manter o pensamento otimista, certo?

– 2° tenente Marie Kappel.

Respondi um pouco tímida e vi ele me observar do alto da cabeça aos pés, me deixando mais tímida ainda.

– Ah... é bom ter um reforço feminino em nossa equipe, certo Ravi?

Comentou ele recostando na escada de sua beliche e o indiano afirmou com um sorriso amigável sentando em sua própria cama.

– Acho que vai trazer a leveza necessária para esse time.

Comentou o indiano que agora eu sabia ter o nome de Ravi.

Como se lembrasse de algo, Ravi se levantou rápido de sua cama quase batendo a cabeça na de cima.

– Tenente, aquela cama perto da janela é toda sua!

Apontou ele ainda me ajudando com a mala, mesmo eu dizendo que não era necessário, e eu me fiz confortável ali sob os olhos curiosos de Ravi e os olhos intensos de Damon.

Companheiros de quatro a parte, o dormitório parecia realmente com algo dominado apenas por homens.

Não havia nada além de meias pelo chão ou equipamento jogado de qualquer forma dentro dos armários individuais e uma pilha de correspondência no canto do quarto.

De móveis, além das beliches e da minha cama, existiam alguns armários individuais na parede da porta e uma escrivaninha compartilhada.

Não me ative aqueles detalhes, apenas me concentrei em colocar todas as coisas da minha mala no armário endereçado com meu nome.

Ao voltar para a minha cama a visão que eu tinha da janela era o campo de treinamento onde alguns recrutas corriam pela neve sem camisa sendo seguidos por algum superior bem mal encarado e eu ri um pouco.

Saudade dos meus tempos de recruta.

Eram horríveis, mas mesmo assim existia um calor humano de cumplicidade ao final de cada desafio como aquele.

Depois de subir algumas patentes você apenas vê disputa por poder e egoísmo por todo canto. Isso meio que te faz perder a fé na humanidade.

– Dio mio! Quem é essa beleza aqui em nosso humilde covil dos machos?

Me tirando dos meus pensamentos, uma voz diferente em um sotaque italiano marcante comentou e eu virei para trás vendo um homem loiro, olhos verdes e sorriso encantador.

Não existem homens feios nesse lugar?

Pensei comigo mesma enquanto aquele italiano vinha em minha direção e beijava minha mão sem nenhuma ressalva.

Bem, isso é novo. Pensei surpresa.

Arregalei meus olhos com aquele gesto e escutei tanto Damon quanto Ravi rirem.

– Meu nome é Carlo Ricci, 3° sargento. Mas pode me chamar de Carlinho, cara mia.

Galanteador ele sorriu e eu ri não conseguindo segurar, já que toda aquela situação era hilária. Mas ele não se ofendeu, apenas riu junto.

– Marie. Prazer em conhecê-lo.

Respondi ainda rindo e me sentando em minha cama para organizar alguns documentos que eu havia espalhado dentro da minha bolsa.

Sentindo que deveria dizer alguma coisa pela ótima recepção que eles haviam me dado, eu respirei fundo e me virei para eles.

– Vocês parecem ser bem legais, eu estava com medo de cair em uma equipe de pessoas sinistras ou grosseiras.

Comentei me sentindo um pouco mais à vontade para isso e vi eles se entreolharem rapidamente antes que Damon se pronunciasse.

– Que bom que se sente assim, tenente. Espero que você permaneça com a mesma opinião.

Com um suspiro um pouco desesperanoçoso ele me deixou intrigada enquanto os outros dois homens apenas se limitaram a ficarem calados.

– O que exatamente você quis dizer com isso?

Estreitei meus olhos esperando uma resposta que não veio, mas nem precisou, já que a porta se abriu bruscamente e um homem tão alto quanto Damon entrou no quarto em seu traje tático todo preto e coberto de neve.

Todos o prestaram continência e Ravi me cutucou para eu fazer o mesmo então eu apenas obedeci me enfileirando ao lado deles.

– Descansar.

A voz totalmente diferente dos homens que estavam alí, era rouca e uma oitava a baixo.

A presença daquele homem era algo tão sinistro que eu pude sentir meu corpo arrepiar em um mau presságio.

Tirando o capacete e a balaclava que usava, ele revelou um rosto bem parecido com o de Damon mas com traços mais fortes e definidos e uma diferença brutal de uma cicatriz que atravessava seus lábios o deixando mais assustador.

Seus cabelos totalmente pretos e lisos estavam na altura dos olhos escuros como bolas de bilhar.

Passando o olhar sobre o quarto, ele parou em mim e me analisou com desdém estampado em sua face.

– Você deve ser a Kappel.

Comentou enquanto tirava o colete, as luvas e todo o resto do traje balístico e eu prestei continência mais uma vez.

– 2° tenente Marie Kappel, ao seu dispor senhor.

Respondi séria e ele bufou jogando o equipamento de lado.

Os outros companheiros de quarto permaneciam ignorando aquela cena como se nem estivéssemos alí.

– Não me interessa seu nome, tenente. Apenas se concentre em não foder o meu time, entendeu?

Com a franja escura quase cobrindo seus olhos, ele ralhou em minha direção sem se importar se me magoar ia ou não e saiu do quarto me deixando atônita.

E esse seria o meu Capitão de agora em diante.

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