12 Observação

Um ano depois, março de 2012

            O tempo passava. Eu não sentia. Nem me importava. Estado de mendicância. Abandonei tudo, fui viver nas ruas. Não queria ser incômodo para ninguém. Meus pais sofreram, mas jamais entenderiam minhas razões. Eu precisava estar só. Eu e o mundo. O mundo e eu. O mundo em seu esplendor, em sua verdade, em sua crueza. O mundo real, como ele é. Sem maquiagem. Eu comia muito pouco e bebia muita água. Tomava banho nas praças públicas (quando deixavam, pois nem sempre os guardas permitiam), dormia ao relento e observava. Observava o movimento das pessoas, dos animais, pombos e cães, a fauna urbana, os prédios onde a vida deixava de acontecer, onde as pessoas se alojavam durante boa parte de suas existências deveras inúteis. Um dia, outro e mais outro, serviços repetitivos, para

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