Capítulo 3

Henrique

-Oi Letícia o que você quer?

-Credo isso é jeito de falar comigo?

-Estou indo pro banho Letícia o que precisa?

-Meu Deus eu só queria saber porque o seu irmão não me convidou para acampar, vi a Roberta e o Tomás na cafeteria e eles falaram que seu irmão quer acampar no fim de semana, e você não vai se eu não for não é?

-Letícia, meu irmão não é seu amigo, se ele não quiser te convidar ele não vai, mas nem eu sei de nada ainda.

-Entendi, mas se eu não for você não vai certo?

-Letícia até mais...

Desligo o celular e vou pro meu banho, não sei se devo continuar com esse namoro...

Saio me visto no banheiro não vou arriscar encontrar Nina só de toalha de novo.

Vou pro meu quarto e pego a correspondência, ofertas de cartão, nenhuma carta da faculdade, mas uma escrita a mão como não via a muito tempo, olhei frente e verso, assinada como admiradora secreta?

Abro e começo a ler, era uma declaração...

Aquela carta vem de alguém muito especial sem duvidas mas quem mandou?

Como vou descobrir?

Todo esse sentimento nessa carta, a Letícia nunca teria tanto sentimento assim ela não foi...

Mas quem?

Será que um dia vou saber, vou guardar de lembrança.

Pego minha caixa onde guardo tudo de mais importante pra mim, maioria são fotos com a minha mãe, fotos do Felipe e eu, e também a primeira foto que tiramos em família, depois que a Nina e a Valeria chegaram...

E a minha preferida, do ano passado no meu aniversário de 19 anos com a Nina, seus olhos azuis como o céu me olhavam como duas estrelas brilhantes no meu dia mais negro.

Coloco a carta ali, com um misto de curiosidade e vontade por mais dessas, consegui sentir cada sentimento contido nessa carta...

Algumas batidas na porta me tiram dos meus pensamentos.

-Entra.

-Oi Rique posso falar com você?

-Oi Lipe entra o que precisa?

-Estava falando com o pessoal, e decidi acampar o final de semana bora?

-A sobre isso, Letícia ligou atormentando porque você não a convidou.

-Credo como ela sabe eu não tinha falado nem com você.

-Ela ouviu a Roberta e o Tomás na cafeteria.

-Ela devia cuidar mais do trabalho dela na cafeteria e não da conversa dos clientes maninho...

-Lipe não fale assim.

-É verdade irmão, pense bem ela só não vai ser mandada embora porque a cafeteria é dos pais dela kkkkkk.

-Enfim bora acampar?

-Não sei não, a Nina vai?

-Claro nossa irmã ama natureza você sabe.

-Ela não é nossa irmã!

Acabei respondendo alto sem pensar.

-Ta louco Henrique não fale assim.

-Desculpa, bom ela e a Letícia não se dão bem não sei se é uma boa ideia...

-Você vai deixar essa menina ficar no meio da nossa família?

-Não é isso, ta eu vou sim, aliás nos vamos então.

-Ok, vou pedir a caminhonete do papai.

Lipe sai, e eu soco a cara no travesseiro, porque falei dessa maneira da Nina e pro Lipe ainda que inferno...

Marina

Depois de ver o Henrique de toalha no corredor sua barriga marcada por todo exercício e os esportes que faz meu coração quase parou na boca.

Minha pele queimava e alguns sentimentos que eu nem sabia existir eu sentia o calor subindo em mim como se algo no meu baixo ventre vibrasse...

Corri pro meu quarto e me fechei lá, fiquei um bom tempo sentindo esse calor em mim, até pouco a pouco minha respiração voltar ao normal e me assustei com o Lipe na porta:

-Ei, ta tudo certo o Rique vai, e todos confirmaram arruma a bagagem Maninha!

-Ta, mas não entra assim mais!

Jogo uma almofada nele que fecha a porta antes que a almofada o pegue, escuto a gargalhada dele no corredor, Felipe é sempre engraçado e risonho, vive fazendo graça e faz todos ao seu redor rir sempre, mas tem alguém que o deixa desconcertando, nossa melhor amiga de infância Celina, na frente dela ele se perde nas piadas e gagueja haha ele é apaixonado por ela desde pequeno, aprendeu a amar doramas e tudo que ela curte e vem da cultura dela é engraçado de ver pois ele não admite nunca essa paixão por medo de perder a amizade dela,as confesso que acho que ela o ama também...

Falando nela, esta me ligando:

-Oi amiga!

-Amiga você vai acampar né?

-Claro que sim Henrique me levaria amarrada se eu não fosse.

-Graças a Deus, ia odiar ficar no meio de dois casais sem você...

Ela tinha que me lembrar que o Henrique ia com a nojinho aaaaaaaa que vontade de gritar.

-Mas também o Sam vai ficar em cima de você como sempre....

-Pare Celina o Sam é nosso amigo, é mais velho não tem nada a ver.

-Ue Nina ele tem a idade do Henrique.

O que ela quis dizer com isso ela percebeu algo será?

-E o que tem isso continua sendo mais velho, já vai fazer 20 anos, assim como o Henrique já vai pra faculdade assim como o Henrique....

-E quer namorar os meninos de 13 anos por acaso?

-Para Celina nem penso em namoro para de falar isso.

-Sei bom então até amanhã vou com vocês no carro, Sam vai levar Roberta e o Tomás.

-Está bem japinha amanhã nos vemos te amooo!

-Te amooo Ninaaaaa.

Desligo o celular e escuro minha mãe chamando pro jantar, me levantei e fui pra sala de jantar mesmo sem fome alguma.

-Estava de chamando a tanto tempo Nina.

-Desculpa estava acertando algumas coisas com a Celina para o acampamento.

-A sim filha entendi, sente se vou terminar de por a mesa.

-Eu te ajudo mãe.

Vou até a cozinha com ela e pego a travessa de salada e o suco ao voltar Henrique já estava na mesa sentado ao lado do meu lugar, está cada dia mais difícil ficar tão perto dele assim.

-Então vocês vão pegar a caminhonete, não esqueça apenas o Henrique dirige.

Robert quebra o silêncio da mesa.

-Claro pai, só convidei ele por isso!

Felipe fala debochando, Henrique chuta ele por baixo da mesa, fui pegar o sal pra salada ao mesmo tempo que ele quando nossas mãos se tocaram e mais uma vez o calor e o arrepio tomara conta de mim...

-Pode pegar.

-Não, pega depois eu uso...

Ele me permite pegar, uso, e depois entrego pra ele.

Minha mãe fica nos olhando parece incomodada com algo...