Tank pressionou os lábios, olhou para o amigo, as roupas sujas, os olhos assustados, o desespero. Não era uma brincadeira, Nick não sabia mentir.
— Como descobriu isso?
Endi contou para o meu padrinho e ele me mandou aqui.
— Mandou é? Não viria se ele não tivesse mandado?
— Cala a boca, Tank! É sério, mano. A ratinha vai levar as crianças, arrumei um lugar para a gente se esconder, depois pensamos.
O rapaz encarou novamente o amigo, Nick estava disposto a abandonar a própria família por ele. Ninguém nunca tinha chegado nem perto disso.
— Você vai mesmo com a minha cara, né?
— Cara, para de gracinha, não é hora. Dá a volta nessa merda e vamos sair daqui.
Tank sacou a arma e apontou para o amigo.
— Desce, Nick.
— Que isso!
— DESCE, PORRA!
— Tank é sério.
— Também estou falando, sério, desce do carro!
O rapaz estava com a mão trêmula, os olhos cravados nele e o cano da pistola gelado em sua garganta.
Abriu a porta devagar e desceu, Tank se curvou e puxou a porta, ligou o carro novamente.