O cheiro do jantar invadiu a cozinha de Ana, e Rafael sentiu um misto estranho de familiaridade e uma pontada de nervosismo. Lily, sentada à mesa, comia com o entusiasmo contagiante de uma criança, mas os olhos de Rafael se desviavam constantemente para Ana. Ela parecia tão à vontade em seu novo espaço, uma aura de leveza e alegria que chamava sua atenção. E essa aura, ele percebia com uma crescente confusão, o atraía mais do que ele gostaria de admitir.
Enquanto Lily tagarelava sobre o dia na escola, Rafael lutava contra seus próprios pensamentos. Ele estava confuso. A alegria genuína que sentia pela liberdade dela era inegável, mas a forma como seu coração acelerava cada vez que seus olhos se encontravam com os dela o deixava apreensivo. Sua atração por Ana era palpável, quase física, um calor que se espalhava pelo peito sempre que ela sorria para ele ou quando seus dedos se roçavam ao pegar um guardanapo. As poucas vezes em que Ana sorria ou ria, uma corrente elétrica parecia perc