15. O Preço do Poder
~ Gael ~
Sinto meu sangue borbulhar, como lava prestes a romper a pele. Cada palavra que sai da boca de Summer é um golpe direto, seco, certeiro. Ela fala de Elza, do meu pai, do monstro que tento enterrar há anos — e cada sílaba abre feridas que eu acreditava cicatrizadas. Não estão. Nunca estiveram.
Olho para Lourdes — para Elza — e vejo o desespero estampado no rosto dela. O medo, a culpa, a dor. Ela não deveria estar no olho desse furacão... mas eu sou o furacão. Sempre fui.
— Saia. — Minha voz rasga o ar. — Agora.
Ela paralisa por um segundo, o suficiente para eu ver o coração dela quebrar. Então vira-se e desaparece pela porta. O som da madeira batendo é como um disparo no meu peito.
O silêncio que fica é cruel.
Summer permanece. Ela é uma chama viva, queimando, respirando com dificuldade, os olhos inundados de raiva e lágrimas que se recusam a cair.
— Ingrato! — grita, avançando como se atravessasse um campo de guerra. — Você a expulsa, nem tenta entender, e ainda acha que pode