Sarah.
Algo difícil sobre abrir a sua vida a outras pessoas, é que enquanto umas vão te apoiar, as outras vão listar todos os motivos possíveis para invalidar o que você sente.
Não foi uma escolha fácil largar o direito e pra alguns, trabalhar em uma boate foi uma escolha burra, mas ali eu consegui segurar a barra com a Isa, enquanto me mantinha exatamente como eu precisava: escondida.
Agora eu estou em frente ao espelho tentando esconder as olheiras pela última noite mal dormida antes de encarar os rapazes, sabendo que, provavelmente, João vai me encher de perguntas e não será tão sensível quanto o Murilo.
Ouço a campainha tocar e Alexia grita que está indo atender. Me apresso e passo um batom, me assustando quando a Isabela grita da sala:
— Que lindo, tio! Obrigada, obrigada, obrigada!
Me aproximo curiosa, arregalando os olhos ao notar vários laces coloridos espalhados pelo sofá e a minha pequena pendurada no pescoço do Murilo, enchendo-o de beijos e agradecimentos.
— Está pronta,