Quando George voltou da varanda, me encontrou dormindo na frente do computador. A luz suave da luminária iluminava meu rosto, e ele ficou parado, me observando.
Eu podia sentir o olhar dele sobre mim, mas não conseguia acordar.
Depois de um tempo, ouvi sua voz, suave e baixa:
— Carina...
Carina? Ele estava falando comigo?
Sim, ele estava.
Antes de entrar para a família Martins, esse era meu nome. Fazia tanto tempo que ninguém me chamava assim...
De repente, uma imagem de infância surgiu na minha mente: uma menina pequena, com dois coques no cabelo e uma carinha de boneca, chamando por um menino.
— Irmão... Meu nome é Carina...
O menino era sério e falava pouco, mas a menina não se importava. Ela o seguia para todos os lados.
Então, na minha mente, eu me tornei aquela menina, e George era o menino. Eu estava nas costas dele, rindo.
— Irmão, você tem um cheirinho bom...
— Irmão, tem uma pinta preta no seu pescoço. Deixa que eu tiro.
— Carina, não belisca! Isso dói.
— Carina, tô cansado.