— Diretora Carolina, você chegou! Pensei que você não tivesse vindo.
Eu estava prestes a verificar se o café da manhã tinha sido jogado no lixo por alguém, quando Edgar entrou carregando uma sacola.
— Aqui, café da manhã!
Ao ouvir essas palavras, tudo ficou claro para mim.
O café da manhã chegou, mas não era mais aquele que o Miguel costumava trazer.
Eu não disse nada, apenas o encarei, pois sabia que ele não traria o café da manhã sem motivo.
Como esperado, ao colocar a sacola sobre a mesa, ele explicou:
— Hoje, o George me chamou para fazer hora extra às cinco da manhã. Estava morrendo de fome, então comi o café da manhã que estava na sua mesa. Esse aqui é para compensar.
Essa mentira não me convenceu nem um pouco, mas eu já estava cansada de desmenti-lo.
— Não precisa compensar, já comi.
Na verdade, eu não tinha comido nada. Não sei por quê, mas nos últimos dias perdi o interesse pela comida, e como se eu tivesse perdido a capacidade de sentir fome, até tenho náuseas quando como.
—