Com um estrondo ensurdecedor, o veículo parou de capotar. De repente, o mundo ficou em silêncio. Um silêncio tão intenso que parecia que a própria vida havia cessado.
Demorei um tempo para recobrar os sentidos e perceber que ainda estava viva. Tentei mexer meu corpo, mas não conseguia. Fiz mais força e, então, ouvi um gemido abafado.
— Não... Se mexa...
Meu mundo continuava imerso na escuridão. Sabia que essa escuridão não era da noite, mas porque meus olhos ainda estavam cobertos.
— Sebastião. — Chamei, com a voz trêmula.
— Estou aqui. — Respondeu ele, bem próximo, mas com um tom fraco.
— Sai de cima de mim. Não consigo me mexer. — Insisti, ainda sem perceber que ele estava ferido. Só queria me livrar daquele peso.
Sebastião se moveu um pouco, e aproveitei para tirar o rosto que estava pressionado contra o peito dele. Foi então que vi tudo ao meu redor: o carro destruído, o motorista imóvel e ensanguentado.
Um calafrio percorreu meu corpo, e gritei, desesperada:
— Se