Quando George e eu descemos do carro, Benedita estava sentada na cadeira de balanço no quintal, lendo um livro. O vento balançava a barra do seu vestido, criando uma cena tão delicada que parecia até um quadro, algo quase irreal.
Ela estava tão absorta na leitura que nem percebeu quando o carro parou na entrada. Só levantou os olhos quando Kiko gritou:
— Benê, olha quem chegou!
— Kiko, seu carro faz mais barulho que um trator. Não preciso nem olhar pra saber que é você. — A resposta de Benedita me fez soltar uma risada.
Kiko ficou visivelmente sem jeito, coçando a cabeça.
— Não é só eu, não. Tem mais gente. — Ele tentou justificar.
Benedita, no entanto, virou a página do livro com calma, sem dar muita atenção, como se ele nem estivesse ali.
Kiko abriu a boca para insistir, mas eu balancei a cabeça, pedindo para ele deixar pra lá. Então, fui até ela.
Parei atrás de Benedita e olhei para o livro que ela estava lendo. Sorri.
— Esse livro você já leu, não leu?
Na última