Ela havia enlouquecido inúmeras vezes, gritado em silêncio até ficar rouca, e a única coisa que conseguia fazer era se machucar cada vez mais, sem encontrar um modo de desabafar.
No dia em que saiu da prisão, Carolina disse a si mesma que tudo havia ficado para trás, que o sol, finalmente, iluminaria seu caminho.
Mas os anos de sofrimento haviam deixado marcas profundas, mesmo quando o sol realmente brilhou sobre ela, a falta de confiança persistiu.
Seria o sol mesmo?
E por quanto tempo ele permaneceria?
Não era que Carolina não confiasse em José, mas sim que ela não confiava em si mesma.
— Sr. José, esta é a resposta da escola. Eles já relataram a situação de Carolina, e se a prisão injusta for confirmada, com novas provas que demonstrem que o julgamento original estava errado, podemos apresentar uma apelação. — O advogado mostrou a resposta da Universidade A para José.
— Quais as chances de sucesso? — José estava na porta, olhando para Carolina, que dormia na cama. Seu rosto estava