Esther estava em sua residência quando as chamadas dos acionistas começaram a surgir. Primeiro, o telefone fixo tocou repetidamente. Logo depois, o celular de Gilberto vibrou incessantemente. Embora fossem pessoas diferentes, o teor das ligações era quase idêntico, com tom acusatório e palavras similares:

— O Sr. Marcelo transferiu bens para você sem o consentimento do conselho. Ademais, os documentos não têm validade legal, pois não foram devidamente registrados.

— Você não é a única herdeira dele. O que tomou para si terá que ser devolvido!

— Se não comparecer à empresa, nós iremos diretamente ao Jardim dos Sonhos!

As vozes se tornavam cada vez mais estridentes e hostis.

Esther, mantendo a calma, cruzou os braços e soltou um sorriso gelado.

— Assuntos empresariais devem ser tratados na empresa. Nenhum de vocês é parte da minha família ou da do meu marido. Portanto, ninguém tem o direito de invadir minha privacidade.

Lentamente, ela direcionou o olhar para Gilberto e a empregada ao