— Você acha mesmo que eu não consigo viver sem você? — Esther respondeu, a voz cheia de frieza. — Durante o tempo em que você estava com a Sofia, eu vivi muito bem. Se você está preocupado com o bebê, não precisa. Eu tenho amigos, tenho meus pais. Ele vai nascer saudável, e você não precisa se preocupar com nada.
As palavras saíram cortantes, sem margem para dúvidas.
Marcelo sentiu o peso das palavras dela, mas, no fundo, não conseguia afastar sua preocupação. Mais do que com o presente, ele temia o futuro. Ele sabia que, agora, poderia lhe oferecer felicidade. Mas e se, um dia, ele perdesse o controle? E se se tornasse alguém que só lhe causasse dor?
O olhar frio de Esther o atingia como um golpe, e, mesmo assim, ele hesitava. Pensava se sua decisão de deixá-la ir não seria um erro. Ele tinha medo de ser a causa de mais sofrimento para ela.
— Você vai para a casa dos seus pais? — Perguntou Marcelo, num tom neutro, quase calmo.
— Vou. — Respondeu Esther, sem demonstrar emoções.
Ele olh